SP gasta na Copa valor semelhante ao do carnaval e da Fórmula 1

Prefeitura estima que entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões tenham saído dos cofres públicos nas operações relacionadas ao evento

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Por Rafael Italiani
Atualização:

SÃO PAULO - Em um mês de Copa do Mundo, a Prefeitura gastou entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões dos cofres públicos nas operações municipais relacionadas ao evento. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), que na manhã desta sexta-feira, 11, apresentou o balanço do evento em São Paulo, o investimento feito pela administração municipal durante os 30 dias de Copa equivale ao que é gasto no carnaval e na Fórmula 1, dois grandes eventos anuais da capital que duram uma semana no máximo.

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"A ordem de grandeza do custeio da Copa do Mundo, sem mencionar os investimentos que vão ficar, não excedeu aquilo que São Paulo gasta anualmente em carnaval e Fórmula 1", disse Haddad. Por outro lado, a capital paulista arrecadou pelo menos R$ 1 bilhão com os cerca de 500 mil turistas que ficaram na cidade.

"Apesar de ser semelhante (aos dois eventos), o retorno é quinze vezes superior", afirmou Wilson Poit, presidente da São Paulo Turismo (SPTuris). A Secretaria Municipal de Finanças avaliará quanto desse dinheiro que os turistas gastaram na cidade retorna aos cofres públicos.

Além de Haddad e Poit, a vice-prefeita e coordenadora do SPCopa, Nádia Campeão (PC do B), e Raquel Verdenacci, coordenadora executiva do Comitê Paulista da Copa do governo Estado, também estiveram na apresentação do balanço.

Segundo a Prefeitura, cerca de um milhão de pessoas estiveram na Arena Corinthians, na zona leste, na Fan Fest, na região central, e nos eventos de exibição pública. O número não leva em conta os torcedores que foram para o "Carnacopa" da Vila Madalena, na zona oeste.

Vila Madalena. O pico de pessoas no bairro foi no dia 4 de julho, quando 70 mil compareceram para assistir à partida entre Brasil e Colômbia. "É muito provável que a Vila Madalena passe a ter um público maior", disse a vice-prefeita. "Dificilmente volta a ser a mesma coisa que era antes", explicou Nádia, que já prevê mudanças no bairro que virou ponto de encontro e aglomeração em datas festivas da cidade e comemorações.

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"É mais uma área que vai ter um trabalho posterior a realizar. Eu acho que dificilmente volte a ser a mesma situação que nós tínhamos antes", disse a vice-prefeita.

Após o encerramento, a Subprefeitura de Pinheiros junto com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, comerciantes e moradores do bairro, discutirão que medidas devem ser acionadas na região em feriados prolongados e festas como o carnaval.

Turistas. De acordo com o levantamento da SPTuris, pelo menos 495.859 turistas estiveram na capital. Do total, 299.322 eram brasileiros e 196.547 estrangeiros (um em cada três eram argentinos). O turista brasileiro gastou em média R$ 2.200 e o estrangeiro, R$ 4.800. "Para o turista, a Copa não termina no domingo. Muitos retornam no outro domingo para passar a semana em São Paulo", afirmou Poit, da SPTuris.

Trânsito e mobilidade. A vice-prefeita Nádia Campeão afirmou que a Prefeitura vai "ter que encontrar uma melhor medida" para a realização dos jogos na Arena Corinthians para os horários normais das partidas do Campeonato Brasileiro e outras competições. "Os dois eventos de teste foram feitos pensando na Copa. Então, agora vamos ter que ter um tempo de adaptação", afirmou.

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Questionada sobre adotar definitivamente a extensão do horário do rodízio em São Paulo, como feito em partidas do Brasil e jogos na Arena Corinthians, a vice-prefeita disse apenas que a alternativa está sendo estudada junto com outras. "Não existe nenhuma decisão sobre isso. O que existe é estudo do impacto assim como outras medidas", afirmou. 

De acordo com Raquel Verdenacci, representante do governo do Estado, 345 mil pessoas utilizaram o transporte sobre trilhos da Linha 3-Vermelha do Metrô e do Expresso Copa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para chegar à Arena Corinthians nos seis jogos que estádio recebeu.

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