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SP abre complexo para tratar do crack

Prefeitura vai oferecer transporte gratuito a usuários da cracolândia, a 2 km de distância

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

SÃO PAULO - Quase três meses após o início da operação policial na cracolândia, a Prefeitura de São Paulo inaugura nesta terça-feira, 27, o chamado Complexo Prates, no Bom Retiro, centro da capital. O espaço será dedicado à acolhida de moradores de rua e ao tratamento de dependentes químicos, especialmente usuários de crack, que terão transporte gratuito até o local.

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Em uma área de 16 mil metros quadrados na Rua Prates, seis equipamentos públicos prestarão serviços de assistência social e saúde. O conjunto é formado por um centro de convivência, um albergue para adultos, um abrigo para crianças, uma estufa para aulas de jardinagem, um Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) e um Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Previsto para fevereiro, o complexo teve a inauguração adiada em um mês por causa de atrasos nas obras do prédio que reúne os dois centros de saúde 24 horas. A inauguração parcial chegou a ser cogitada pela Secretaria Municipal da Assistência Social - que até havia separado salas provisórias para os médicos -, mas acabou descartada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Com o complexo em atividade, o Município passará a oferecer serviços integrados e complementares para quem busca tratamento contra as drogas. O objetivo é que o usuário passe o dia no centro de convivência, onde vai poder tomar banho, acessar a internet, ver televisão e fazer atividades físicas, das 8h às 22h. De acordo com o caso, esse mesmo dependente poderá ser atendido no AMA ou Caps, e dormir no albergue. Menores de 18 anos serão encaminhados ao abrigo.

A Prefeitura afirma que o conjunto de equipamentos funcionará como uma "porta de entrada" à rede municipal de assistência. Apenas o centro de convivência terá capacidade para receber até 1,2 mil pessoas por dia.

Na área dedicada à saúde, nove leitos para observação e internação emergencial serão oferecidos dia e noite para atender, se preciso, pacientes em surto ou com sintomas de abstinência. Internações mais longas, no entanto, continuarão sendo feitas só no Serviço de Atenção Integral ao Dependente (Said), em Heliópolis, ou nas clínicas particulares que mantêm convênio com a Secretaria Municipal da Saúde. Ao todo, são cerca de 300 vagas.

"É claro que tudo ainda é muito experimental. Vamos ter de sentir o que dará certo. Por enquanto, achamos que o complexo tem o que é preciso para atrair esse dependente que está nas ruas e convencê-lo a buscar tratamento médico", afirma a secretária da Assistência Social, a vice-prefeita Alda Marco Antonio (PMDB).

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Transporte. Para atrair usuários ao complexo, a Prefeitura pretende oferecer vans que farão o trajeto entre a Rua Prates e as ruas da cracolândia com maior concentração de dependentes químicos. A preocupação é que a distância de 2 quilômetros desanime as pessoas a procurar pelo atendimento e faça do complexo um espaço vazio.

"Pelo menos no começo, até que as pessoas conheçam o espaço, vamos colocar ônibus e vans para fazer esse transporte de forma gratuita. Eles vão circular pelas ruas da Santa Cecília, passando pelo Minhocão e pela Praça Júlio Prestes", diz Alda.

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