Soldado de polícia modelo é preso por roubar caixa

Integrante de unidade pacificadora foi flagrado quando deixava banco. Ele entrou na corporação por decisão da Justiça

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Por Pedro Dantas
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RIOEscolhido para integrar a tropa responsável pela paz nos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na zona sul do Rio, o soldado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Leonardo da Cruz Cortez, de 27 anos, foi preso com três comparsas após tentar roubar um caixa eletrônico em uma agência bancária, no bairro do Ingá, em Niterói, região metropolitana, na madrugada de ontem. Reprovado na pesquisa social no Centro de Formação de Praças, ele foi incorporado há menos de um ano por uma decisão judicial."Infelizmente, o Estado não tem uma bola de cristal para saber quem vai delinquir. A Polícia Militar agiu rápido e ele foi preso pelos colegas de farda", disse o delegado-adjunto da 78ª DP do Fonseca, Leonardo Afonso dos Santos. Todos foram indiciados por furto triplamente qualificado pelos danos causados, falsidade ideológica e fraude.De acordo com a polícia, o roubo foi planejado. O grupo tentou arrombar com maçaricos os caixas eletrônicos. Eles fizeram um banner com a logomarca do banco para fingir que eram funcionários da manutenção. Na agência, que fica a 200 metros de uma cabine da PM, a polícia encontrou luvas, chaves de fenda, óculos de proteção e botijões de gás. "Eles levaram caixas de isopor para tampar as câmeras e os sensores. Usaram até água mineral para resfriar as notas por causa do maçarico", disse o delegado.Apesar do esmero, o alarme disparou e a PM foi chamada. O policial da UPP foi preso com Nilton Cordeiro, de 22 anos, quando pegava um botijão de gás no carro. Ele negou ligação com o roubo, mas policiais encontraram ligações no celular dele para dois homens presos na agência.O soldado Cortez foi incorporado por força de uma decisão judicial em abril de 2009. A lotação dele na UPP foi automática junto com toda a sua turma, de acordo com a PM. O Estado recorreu contra a decisão em fevereiro, mas perdeu. O Serviço Reservado da PM indicou que o praça deveria ser reprovado porque tinha um irmão condenado por tráfico e "vivia em um ambiente não condizente com as exigências comportamentais da PM".

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