Sobe para 6 número de feridos em confronto em Paraisópolis

Quatro são policiais, três deles baleados, e dois moradores do local; ao menos nove pessoas foram detidas

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Por Paulo Maciel , Daniela do Canto e Ricardo Valota
Atualização:

O confronto entre moradores e policiais militares na Favela Paraisópolis na segunda-feira, 2, deixou um saldo de seis feridos - quatro policiais militares e dois moradores. Três policiais foram baleados e foram transferidos para o Hospital da Polícia Militar. De acordo com a sala de imprensa da PM, a situação deles é estável. O quarto policial foi ferido por uma pedrada, medicado e liberado no próprio local. Veja também: Polícia libera detidos durante conflito em Paraisópolis Polícia relaciona morte de traficante a protesto em favela Ocupação será por tempo indeterminado, diz Marzagão Moradores e PMs se confrontam na favela Paraisópolis, em SPTV Estadão - O confronto com a PMGaleria de fotos do confronto em Paraisópolis O comerciante Derval Olímpio da Silva, de 44 anos, foi atingido dentro da sua casa no momento em que esperava o filho de 15 anos chegar da escola. Segundo a esposa dele, os autores dos disparos foram policiais militares. "Estava com o meu esposo na sacada esperando o meu filho chegar da escola quando eles (PMs) passaram falando: ''Entra, entra''. Eu entrei e chamei meu marido e ele falou para os policiais que não ia entrar porque estava esperando o filho. Daí, o cara já foi atirando e meu esposo botou a mão no peito", disse Jucileide Dias de Almeida Silva, de 40 anos, que trabalha com o marido no laboratório de fotografia da família. "Por pouco o meu filho mais novo, de 2 anos e 10 meses, não foi atingido. Ele estava no colo do pai e meu marido colocou ele no chão um pouco antes, mas ele viu tudo", lamentou. O casal ainda tem mais um filho, de 9 anos, que estava dentro de casa no momento dos disparos. Conforme ela, Silva não esboçou nenhuma reação no momento em que foi abordado pelos policiais. "Do jeito que ele estava, com os braços para baixo e debruçado na sacada, ele ficou." Segundo familiares, Silva foi atingido no braço e no peito. Ele foi socorrido por um vizinho e levado ao Hospital Albert Einstein. De acordo com a sala de imprensa da PM, o comerciante foi atingido por um tiro de borracha. Ele passou por uma cirurgia durante a madrugada e deve ser ouvido no 89.º Distrito Policial (Portal do Morumbi) já nesta manhã, caso tenha alta do hospital. Pouco antes, o servente de pedreiro Marcione dos Santos, de 21 anos, foi baleado no ombro quando chegava do trabalho. "Nem imaginava o que estava acontecendo, só senti o tiro quando estava na viela na Rua Wilson", disse. "Não tenho a menor ideia de onde veio o tiro. Só rodei e senti o sangue escorrendo." O servente foi socorrido por um primo e levado ao Hospital do Campo Limpo, onde foi examinado, medicado e liberado. Ele ficou com a bala alojada no ombro e não soube dizer se o projétil é convencional ou de borracha. "Os médicos não comentaram nada."   Na madrugada desta terça-feira, os nove suspeitos detidos durante o confronto foram liberados. Todos foram identificados antes da liberação. Texto atualizado às 11 horas.

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