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Só falta o cheiro de café neste tour pelo centro de SP

Da primeira cafeteria da capital à Estação da Luz, marco do desenvolvimento do setor, um roteiro pela história do ''ouro verde''

Por Edison Veiga
Atualização:

Entre um golezinho e outro, muita história para ser contada. O café é protagonista de um passado não tão remoto assim e ajuda a entender por que São Paulo se tornou símbolo de pujança econômica. E é um pouco disso que conta o Roteiro do Café, passeio especial desenvolvido pelo Projeto Turismetrô, em parceria com uma marca de café. Oferecido desde 12 de fevereiro, o tour tinha previsão para se encerrar neste mês. O sucesso, porém, foi tão grande - cerca de mil pessoas já participaram da caminhada - que o roteiro teve sua programação prorrogada até 19 de junho."Desenvolvemos o roteiro na área central, trabalhando com todas as reminiscências e influências que o café apresenta na cidade", explica o historiador Cadu de Castro, responsável pela escolha do itinerário.Saída. O ponto de partida é a Estação Sé do Metrô. Na caminhada até a Estação São Bento, o guia explica como a economia baseada na cultural cafeeira proporcionou o desenvolvimento urbano na virada do século 19 para o 20."Ali, podemos observar a localização de algumas casas de café que marcaram a história de São Paulo", lembra o historiador. "Caso, por exemplo, de Maria Punga, uma quituteira negra que oferecia café à clientela na própria varanda de sua casa. Seus clientes, em geral, eram os estudantes do Largo São Francisco." Sua casa é considerada a primeira cafeteria da cidade.No caminho, vale dar uma atenção especial para os mais antigos arranha-céus da capital paulista, como o Edifício Guinle, projetado por Hyppolito Gustavo Pujol Júnior. Com 36 metros de altura e sete andares, ficou pronto em 1913. "É uma amostra de como a cidade se desenvolveu, sobretudo com o dinheiro do café", pontua Castro.Tanto no Guinle quanto na sede do Centro Cultural Banco do Brasil, ramos de café estão presentes como adornos decorativos na própria construção do prédio. O centro cultural, aliás, foi a sede da primeira agência paulistana do Banco do Brasil. O Largo do Café, é claro, também está no roteiro. "A partir do fim do século 19, o local abrigava uma espécie de bolsa informal do café, com pregões e muita negociação", explica o historiador. Produção cafeeira. Então é hora de tomar o metrô, na Estação São Bento, e ir até a Luz. Ali, a própria estação é a estrela: afinal, sua construção é consequência direta da produção cafeeira. "Havia um problema de escoamento da produção, boa parte sendo transportada por meio de carros de bois ou de burros ", conta Castro. "A partir de 1867, com a inauguração dessa linha de ferro, não só o produto era levado até Santos de forma mais rápida como os imigrantes que vinham para trabalhar nas fazendas chegavam a São Paulo de trem. Não à toa, se tornou a estação ferroviária mais lucrativa do Brasil." Nas redondezas da estação, outra parada do tour é a Vila dos Ingleses. O local, hoje tombado como patrimônio, foi construído em 1915 para abrigar funcionários da ferrovia.Do Jardim da Luz, os participantes são convidados a observar o prédio da Pinacoteca do Estado, aberto em 1905 como Liceu de Artes e Ofícios. "O desenvolvimento de São Paulo era grande, mas faltava mão de obra nacional para a construção civil. Por isso, o liceu foi criado", comenta o historiador.Findo o passeio, a vontade de todos é a mesma: tomar um cafezinho.CampanhaO Turismetrô começou em janeiro de 2006. Já foram atendidas mais de 37 mil pessoas. Existem 5 roteiros: Sé, Luz, Teatro Municipal/Largo São Francisco, Paulista e Memorial da América Latina.SERVIÇODATAS: 9 E 10/4; 16 E 17/4; 30/4 E 1/5. SITE: WWW.CAFEMOKA.COM.BR. PREÇO: UM BILHETE DO METRÔ (R$ 2,90)

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