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Sindicato nega que aéreas pressionaram para abertura de pista

Por Téo Takar
Atualização:

O secretário-geral do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), José de Anchieta Hélcias, negou hoje que as companhias aéreas teriam feito pressão junto à Infraero e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no mês passado para que a pista principal de Congonhas fosse reaberta antes da conclusão dos serviços de reforma, o que incluiria a realização do grooving. "A segurança das operações na aviação é algo inquestionável. As companhias têm preocupação constante com a segurança e jamais fariam um questionamento ou pressão desse tipo", afirmou, ao rebater as declarações dadas hoje pelo procurador da República Márcio Araújo, de que a situação do aeroporto de Congonhas é uma "calamidade multiplicada pela inanição das autoridades e pela ganância das empresas". "As companhias não têm poder para determinar quando as operações de um aeroporto devem ser abertas ou fechadas. Isso cabe às autoridades aeroportuárias", acrescentou Hélcias. O representante das companhias aéreas lembrou que na reunião realizada entre as empresas, a Anac e a Infraero em 13 de junho - para discutir as obras do aeroporto de Guarulhos e também a reabertura de Congonhas - um representante de uma companhia aérea chegou a sugerir que a pista de Congonhas só fosse reaberta em agosto, depois de concluído o grooving, e não no final de junho, como aconteceu. "Se as empresas fizessem pressão, não haveria esse tipo de questionamento, pedindo para adiar a abertura da pista até que a obra fosse completada, com o grooving", declarou o secretário-geral do Snea. O diretor técnico do Snea, Ronaldo Jenkins de Lemos, acrescentou que o grooving é um elemento de segurança "que não aumenta o atrito da pista, mas que ajuda o escoamento da água em momentos de chuva, evitando a aquaplanagem". Ele lembrou que apenas quatro aeroportos no Brasil possuem grooving. Embora não seja essencial para pousos com chuva, ele admite que, em condições adversas, o grooving "faz diferença". Jenkins citou ainda o caso do aeroporto Santos Dumont que possui um outro sistema de drenagem da água da chuva, conhecido como concreto poroso. "Seja qual for o sistema, os pousos não podem ocorrer quando há contaminação, ou seja, uma lâmina dágua superior a três milímetros."

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