
07 de março de 2012 | 08h55
SÃO PAULO - O Sindicato dos Transportadores de Rodoviários de Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) ainda não confirmou a volta ao trabalho dos caminhoneiros responsáveis pela distribuição de combustíveis em São Paulo para esta quarta-feira, 7.
Na noite de ontem, uma liminar concedida pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública, determinou que os sindicatos acusados de promover ações com o objetivo de impedir a distribuição de combustível em postos de gasolina da capital retomem a normalidade dos serviços. Em caso de descumprimento eles terão de pagar multa diária de R$ 1 milhão cada um.
"Tenho conhecimento da liminar mas ainda não fui notificado", afirma o presidente do Sindicam, Norival de Almeida Silva. "Mesmo assim, já acatamos a decisão e estou cumprindo o que determina a liminar. Não estamos fechando ruas e nem fazendo protestos", completa.
Segundo Norival, o sindicato aguarda a entrega da notificação para marcar uma assembleia com os caminhoneiros, que vão decidir se voltam ou não ao trabalho. "A decisão de manter a paralisação será deles, o Sindicam não tem nada com isso, já estamos cumprindo o que determina a justiça. Eu não quero ser punido", diz.
Em conversa com os trabalhadores na noite de ontem, segundo Norival, "parte deles concordou em voltar ao trabalho hoje, mas a maioria não concorda com a Justiça. Eles dizem que os caminhões são deles e que não retornam ao trabalho."
Até por volta das 8h30, de acordo o presidente, os caminhoneiros ainda não haviam saído das centrais de distribuição de combustíveis. "Não tenho a confirmação disso, pois as nossas oito equipes, que ficavam circulando pela cidade para se informar sobre a paralisação em cada distribuidora, estão paradas. Se eles voltassem a circular, seria interpretado como piquete", argumenta.
Os caminhoneiros autônomos que fazem a distribuição de combustível na Região Metropolitana cruzaram os braços desde a manhã da segunda-feira, 5, quando teve início a restrição de caminhões nos horários de pico pela Marginal do Tietê e em outras 25 vias da cidade.
Pelo menos cem postos, dos cerca de dois mil que existem na região metropolitana, estavam sem combustível até o começo da noite de ontem. Ainda não há previsão de quando a distribuição estará normalizada.
Escoltas. Nesta quarta-feira, a Polícia Militar continua os serviços de escolta a caminhões-tanque que sairão dos centros de distribuição para garantir a entrega de combustível em serviços essenciais, como o transporte público e a coleta de lixo.
Segundo levantamento da Polícia Militar, desde as 20h de ontem, até as 5h30 de hoje, os policiais fizeram 23 escoltas de 53 caminhões de distribuidoras da Shell e da Petrobrás.
As últimas foram feitas para as zonas sul e norte. Dois caminhões saíram do terminal da Petrobrás em Barueri, na Grande São Paulo, escoltados até os aeroportos de Congonhas, na zona sul, e de Cumbica, em Guarulhos, e para a cidade de Santo André.
Para a zona oeste, um caminhão foi escoltado até o Jardim Alba, para abastecer a Viação Tupi. Outros sete caminhões foram escoltados para abastecer a região de Osasco. Para a manhã de hoje estão previstas mais três escoltas para outras regiões de São Paulo.
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