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Silvio Santos 'dá o bolo' em vereadores

Na festa dos 30 anos do SBT na Câmara, coube a filha e ao neto animar as colegas de trabalho

Por Diego Zanchetta
Atualização:

O auditório estava pronto no meio do plenário, em uma segunda-feira bem atípica na Câmara Municipal de São Paulo. As colegas de trabalho, o ajudante Roque, a banda tocando "a pipa do vovô não sobe mais", os artistas mais antigos. Na sessão solene em comemoração aos 30 anos do SBT, porém, o principal e mais esperado convidado não apareceu, para frustração de centenas de curiosos, políticos e funcionários que aguardavam o lendário apresentador Silvio Santos, de 81 anos.

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Com 52 anos de serviço para o "patrão", Roque avisou sobre a ausência, após 1 hora e meia de espera do cerimonial. "O Silvio trabalha muito e dorme bem cedo. Ele pediu para avisar que está bem representado pelas filhas", disse Gonçalo Roque, de 72 anos, o primeiro office-boy registrado em carteira pelo dono do SBT. Silvio ligou no celular do funcionário para dar o recado. "Claro que seria muito mais alegre se ele viesse, mas temos de entender que é um senhor idoso que trabalha muito", argumentou Toninho Paiva (PR), o vereador que organizou a cerimônia.

Mas a frustração foi maior para quem entrou no meio da festa, após passar a semana pensando em como furar o cerimonial. "Sabia que isso poderia acontecer. Minha mãe morreu sonhando em conhecer esse homem. Ele não se mete com político, é muito correto", ponderava o auxiliar de faxina Francisco Lourenço, de 45 anos, bicão confesso.

O carisma do apresentador é tamanho que as pessoas, mesmo frustradas, tentavam justificar de alguma forma a ausência do ídolo. "A Patrícia (Abravanel) veio, isso já vale", dizia a faxineira da Câmara Buia Melo, de 40 anos. Cinco caravanas com 180 mulheres de Parada Inglesa, Penha e Vila Antonieta também tentavam disfarçar o desânimo.

A atração principal se tornou a filha Patrícia, que trabalha com o pai. Ela foi ovacionada de pé pelos cerca de 700 presentes quando subiu para discursar. Outro ponto alto para a plateia foi quando o vereador Agnaldo Timóteo (PR) cantou sua música religiosa Segura na Mão de Deus, para homenagear Patrícia.

Comoção. Nesse momento, muitas senhoras já choravam nas galerias lotadas da Câmara. A comoção aumentou quando Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, cantou Azul da Cor do Mar, de Tim Maia. "Esse menino é o maior talento que já surgiu nos últimos tempos. Tinha de ser neto do Silvio mesmo", dizia a cabeleireira Silvia Rose de Oliveira, de 56 anos, que saiu de Guaianases, no extremo da zona leste, para tentar ver o apresentador.

Dezenas de funcionários do Legislativo também não foram embora ontem após o expediente. Todos esperavam ter a foto do seu Silvio no celular, mas tiveram de se contentar com Moacir Franco e Ivo Holanda, o homem das pegadinhas. "Eu vou embora. Já vi o Danilo Gentile e o Vesgo, já valeu", dizia no meio do evento a aposentada Darci Rodrigues, de 74 anos, da Penha, na zona leste. "Já fui assistir o Silvio 143 vezes no auditório."

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