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Show particular de James Ellroy

Americano elogiou Eder Jofre e Villa-Lobos

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Por Ubiratan Brasil
Atualização:

James Ellroy exibiu sua faceta showman na última mesa de ontem da 9.ª Festa Literária Internacional de Paraty: disparou palavrões, revelou-se arredio às inovações tecnológicas ("Vivo no vácuo"), mas, ao mesmo tempo, exibiu uma apurada avaliação do romance policial americano, além de reafirmar sua paixão por Beethoven. Fanfarrão, o americano logo repetiu uma de suas frases de efeito preferidas ("Se eu fosse um líder religioso, seria simplesmente Deus") para conquistar a plateia, mas, em seguida, exibiu mais profundidade.Confessou, por exemplo, não gostar das tramas policiais de Raymond Chandler, considerado um dos papas do gênero. "Suas metáforas são cansativas e arrastam a narrativa, além de escrever sobre o homem que queria ser", disse. "Já Dashiel Hammett descrevia o homem que temia ser: cético, pelego, capanga. É muito mais importante que Chandler."Apesar de não cansar de entronizar Beethoven, Ellroy dedicou palavras elogiosas também a Villa-Lobos ("Um grande compositor") e ainda para o pugilista Eder Jofre, que foi bicampeão mundial. "Foi o lutador mais perfeito que já vi em minha vida."Dono de uma prosa concisa, telegráfica, ele agora prepara uma nova tetralogia sobre Los Angeles, cujo primeiro volume trará, "em tempo real", o impacto provocado pelo ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941.

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