''Setembro Verde'' põe em discussão temas ambientais

Terceira edição do evento realizado pela Matilha Cultural no centro de SP terá filmes, shows, exposições e até passeata

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Por Valéria França
Atualização:

Left Hand Rotation é um grupo espanhol especializado em mapear as grandes cidades de acordo com a arte e a gentrificação - nome dado à intervenção no espaço público para provocar sua melhoria. Trata-se de um processo parecido com o que acontece atualmente na Nova Luz, no centro de São Paulo. Amanhã, às 14 horas, esses urbanistas vão circular pela região com uma lista de prédios que serão demolidos para dar lugar a novos empreendimentos.O grupo pretende analisar o processo paulistano de valorização de bairros. O passeio é apenas uma das atividades abertas ao público da 3.ª edição do Setembro Verde, promovido pelo instituto Matilha Cultural, localizado no centro da cidade. O evento reúne filmes, exposições, palestras, oficinas e shows.Os temas são bem variados. "Mas nosso objetivo é falar e incentivar a preservação do meio ambiente", diz Rebeca Lerer, de 34 anos, diretora de conteúdo da Matilha.Nas discussões promovidas está, por exemplo, a mobilidade urbana, assunto que levou a Matilha a fechar parceria com os organizadores do Moving Planet - manifestação que ocorre em 700 cidades do mundo contra o uso de combustíveis fósseis. E no dia 24, às 15h, será a vez de São Paulo. As entidades estão organizando uma passeata que sairá do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e caminhará pela Avenida Paulista em direção à sede da Matilha, onde ocorre uma happy hour. "Queria que as pessoas também levassem seus cães à passeata", diz Rebeca, que vem batalhando pelo direito de os animais de serem transportados em ônibus e metrôs. Durante o mês de setembro, todos os domingos ocorre a feira da adoção. E na Matilha os cães ficam soltos pelo prédio para que os futuros donos conheçam de fato a personalidade dos animais. Xingu. Uma das questões debatidas pelo evento é o projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Pará e vai afetar um trecho de 100 quilômetros do Rio Xingu. No salão principal do centro cultural foi montada uma grande exposição com fotos das populações ribeirinhas do local.E em um grande painel, construído com informações de movimentos atuantes, como Xingu Vivo para Sempre e Repórter Brasil, que investiga o trabalho escravo, estão pontuados os impactos negativos da obra. O quadro lembra ao visitante que cerca de 100 km do Rio Xingu secarão, deixando indígenas e moradores locais sem pesca nem navegabilidade e forçando o deslocamento de cerca de 40 mil pessoas. Para completar, durante o evento haverá a estreia do filme premiado no Festival de Cinema de Paulínia, À Margem do Xingu - Vozes não Consideradas, do diretor Damià Puig.Quem estiver pelos corredores da Matilha preste atenção nas obras de arte espalhadas pelos cantos. São obras do pintor, escritor e pesquisador Hernani Dimantas e do artista e ativista Glauco Paiva, que produziram peças inéditas, como um robô, feito de lixo eletrônico. PROGRAMAÇÃOHoje, às 20h O grupo espanhol Left Hand Rotation fala sobre Gentrificação: colonização urbana e instrumentalização da cultura. Amanhã, às 14hO grupo espanhol Left Hand Rotation sai da Matilha para um passeio pelo centro.Dia 14, às 20h Exibição do filme premiado no Festival de Cinema de Paulínia À Margem do Xingu - Vozes não Consideradas, de Damià Puig, seguida de debate (21h45).Dia 16, às 22h Vaga Viva no Baixo Augusta com projeções de vídeos e grafiteiros.Dia 17, às 18hExibição do documentário Caminhos da Mantiqueira, do diretor Galileu Garcia Júnior, que percorreu 40 cidades em 500 quilômetros de extensão da Serra da Mantiqueira, seguido de bate-papo com o diretor (20h).ServiçoSETEMBRO VERDE: MATILHA CULTURAL. RUA REGO FREITAS, 542, CENTRO; TELEFONE: (11) 3256-2636; DE TERÇA-FEIRA A DOMINGO, DAS 12H ÀS 20H (FECHA NA SEGUNDA-FEIRA). GRÁTIS, ATÉ 2 DE OUTUBRO. É PERMITIDA A ENTRADA DE CÃES. MAIS INFORMAÇÕES PELO SITE MATILHACULTURAL.COM.BR/

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