Sesc mais perto do Pq. D. Pedro

Prefeitura envia à Câmara projeto de concessão de terreno do São Vito e Mercúrio para entidade

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Por Redação
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A Prefeitura de São Paulo enviou ontem à Câmara Municipal dois projetos de lei que concedem o uso dos terrenos onde ficavam os Edifícios São Vito e Mercúrio, no centro da capital, para o Serviço Social do Comércio (Sesc) e para o Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (Senac). Assim que forem aprovados, será o fim do impasse que impede o início do plano de revitalização da região do Parque Dom Pedro II.A concessão para que as entidades façam unidades no local vale por 99 anos, mas as obras precisam ser concluídas até o fim de 2015. A condição foi colocada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) na proposta, que chegou ontem aos vereadores.O edifício do Sesc vai ter 24 mil m², com oferta de cursos gratuitos para moradores da região e para os 147 mil servidores ativos e aposentados da Prefeitura. Uma das contrapartidas previstas na concessão autoriza secretarias do governo municipal a usar as instalações e seus equipamentos. O Sesc já tem até o projeto de seu futuro prédio, onde haverá clínica odontológica, restaurante, café, biblioteca de uso livre para a população, ginásio poliesportivo, teatro, salas multiuso, áreas de recreação infantil, piscinas, além de espaços para oficinas culturais.A chegada de um equipamento como o Sesc é a principal aposta para revitalizar uma região do centro que sofre com o abandono há quase 70 anos. A degradação aumentou na década de 1960, com a construção de viadutos que criaram uma divisão de cimento entre a região da 25 de Março e o Brás, degradando a paisagem urbana no local.Mobilidade. Com a chegada dos prédios do Sesc e do Senac, a Prefeitura pretende construir um pontilhão sobre o Rio Tamanduateí para interligar a região central ao Terminal de Ônibus Parque Dom Pedro II. Essa nova estrutura possibilitará a demolição do Viaduto Diário Popular, uma intervenção prometida pelo governo municipal desde 1989.Sem a demolição dos viadutos, o pedestre hoje não consegue andar uma distância de 300 metros entre o Mercado Municipal, um dos principais pontos turísticos da cidade, e o Museu Catavento, localizado dentro do histórico prédio onde funcionou o Palácio das Indústrias e a Prefeitura. A nova ponte vai passar por cima de onde estavam os Edifícios São Vito e Mercúrio, cujas demolições foram concluídas no fim do ano passado. Assim, vai interligar o Mercadão e o museu. Também será mais fácil para sacoleiros transitarem entre o Brás e a Rua 25 de Março. A Rua do Gasômetro, que liga as duas regiões, deve ter a reforma concluída até o fim deste ano. Área de lazer. Projetado pelo francês Joseph-Antoine Bouvard (1840-1920), o Parque Dom Pedro II foi inaugurado em 1922 como a principal área de lazer da cidade. Com a migração das famílias ricas que moravam na região da Praça do Patriarca para o outro lado do Viaduto do Chá, e depois para bairros como Higienópolis e Água Branca, a área verde foi relegada ao abandono. O parque passou a ser um divisor entre a pujança da parte nobre da capital e a zona leste, considerada "a cidade dos trabalhadores".Sucessivos projetos de revitalização da área foram deixados de lado pela Prefeitura a partir da década de 1950. A chegada dos viadutos na década de 1960 aumentou a degradação da área, hoje habitada apenas por usuários de drogas e moradores de rua durante à noite. É o ponto mais ermo, perigoso e inabitado do centro paulistano atualmente. / A.F. e DIEGO ZANCHETTA

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