O coronel Carlos Minelli, chefe do Serviço Regional de Proteção ao Vôo de SP, negou nesta terça-feira, 7, entregar ao Ministério Público Federal os documentos da torre de controle do aeroporto de Congonhas, em Guarulhos. O coronel alega que recebeu ordens do Cindacta-1 de Brasília. Veja também: MP faz devassa em registros de vôo e apreende documentos O MPF, em cooperação com Polícia Federal, realiza um mandado de busca e apreensão dos registros de ocorrências que contêm informações sobre as falhas no controle de tráfego aéreo. Segundo procuradores, a ação permitirá avaliar os riscos aos quais estão expostos os passageiros e tripulantes de aeronaves. O procurador da República Matheus Baraldi Magnani está reunido com o coronel Minelli para negociar a entrega dos documentos, com os quais os procuradores querem mover uma ação civil pública para ajudar a resolver os problemas do setor aéreo. "Isso é grave. É um triste episódio de nossa história democrática", afirmou o procurador, que esteve no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, onde conseguiu apreender os registros dos últimos cinco anos do livro de ocorrências da torre de controle, após a reclamação de que a Aeronáutica não estaria "cooperando". Mais cedo, o Comando da Aeronáutica havia informado que vai cumpriria a determinação da Justiça Federal. Era esperado que fossem apreendidas cerca de 30 caixas de documentos e uma CPU, no total. Destas, cinco são de fitas de transcrição de ocorrências de tráfego aéreo, segundo o MP. Vários especialistas já foram ouvidos pelos procuradores, que concluíram que os equipamentos estão sucateados, como conseqüência da falta de investimentos durante longo período. Após a apreensão, o MPF requisitará peritos e começará a análise do material apreendido. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela juíza federal Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara Federal de Guarulhos. Com Solange Spigliatti, do Estadão.com.br