Sequestradores miram área do Pq. Villa-Lobos

Houve pelo menos 11 casos desde abril; na tarde do feriado, mãe e filha foram dominadas por três ladrões no bolsão de estacionamento do local

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Por Camilla Haddad e JORNAL DA TARDE
Atualização:

Criminosos especializados em sequestros relâmpagos têm escolhido vítimas perto do Parque Villa-Lobos, na zona oeste. Entre abril e julho, 11 casos foram registrados nas delegacias da região.Na tarde do feriado de 9 de julho, mãe e filha foram dominadas por três pessoas no bolsão de estacionamento do parque. "Foi uma agressão psicológica. Um deles disse: 'Tia, não fica ciscando, senão eu taco bala na sua cara'", contou a vítima, uma professora. Ela e a filha tinham acabado de passear com três cães quando o trio cercou o Volkswagen Jetta da família, pouco depois das 18h. As duas tiveram de rodar com os ladrões até serem libertadas pela Polícia Militar - quase três horas depois, na saída de uma loja de artigos esportivos em Osasco, na Grande São Paulo. Um homem foi preso e dois adolescentes acabaram apreendidos. Um deles usava uma arma de brinquedo.Traumatizadas com a violência, mãe e filha não querem mais voltar ao parque sozinhas. "Só se for com os maridos e mais cedo", disse a professora. Na internet, duas queixas sobre o parque foram publicadas em redes sociais. Em um dos relatos, um pai conta que "trombadinhas" teriam arrancado a bicicleta de seu filho em maio. Um mês antes, uma frequentadora diz ter presenciado uma pessoa sendo assaltada ao entrar no carro, que estava em um dos bolsões do Villa-Lobos. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente observou que a segurança do parque é feita por uma empresa terceirizada, selecionada por licitação.Reforço. Segundo a secretaria, em dezembro a direção do parque reforçou a segurança nos bolsões e colocou vigilantes de bicicleta. Em abril, houve nova investida e a ronda foi intensificada. A decisão teria sido tomada após uma série de roubos de carros dos frequentadores.As Avenidas Queiroz Filho, Imperatriz Leopoldina e Doutor Gastão Vidigal estão entre as escolhidas pelos ladrões, mas há outros endereços com problemas semelhantes. Os crimes são registrados no 91.º Distrito Policial (Ceagesp) e no 14.º DP (Pinheiros). Policiais do 91.º DP disseram que não há uma quadrilha específica agindo no bairro e ressaltaram que no começo do ano a situação era mais complicada.No dia 7 deste mês, por volta das 19 horas, um bancário de 30 anos e uma estudante de 23 foram cercados em um Kia Sportage na Avenida Queiroz Filho. Duas horas depois, foram abandonados na Rodovia Raposo Tavares. Eles tiveram de fazer compras para os três ladrões, que estavam armados. PM. A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar foi procurada três vezes pela reportagem, mas não comentou os crimes no entorno do parque. Uma companhia da corporação já funciona dentro da área verde, mas, segundo PMs da unidade, atende toda a região.

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