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Sem-teto se acorrentam em frente à igreja de Itapecerica

Eles pedem aprovação de projeto que prevê a construção de casas populares em terreno da Prefeitura

Por Ricardo Valota
Atualização:

Um grupo de cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) corre o risco de ser retirado à força de frente da Igreja Matriz de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Eles acreditam que a Prefeitura vai acionar a Guarda Municipal para a retirada dos integrantes do local, sendo que sete deles estão acorrentados nas pilastras da Igreja desde o dia 15.   Os sem-teto realizam um protesto contra as autoridades municipais de Itapecerica e exigem que os vereadores aprovem na Câmara Municipal um projeto do prefeito José Jorge da Costa, do PMDB. O documento, no qual consta a cópia de um convênio entre Prefeitura, Caixa Econômica Federal e a Companhia Habitacional de Desenvolvimento Urbano (CDHU), do Governo do Estado, prevê a transferência de um terreno de 25 mil metros quadrados, da Prefeitura, localizado na Vila Calu. Na área serão construídas, caso seja aprovado pelos vereadores, casas populares.   "Na última quinta-feira nós nos reunimos com a vice-presidência da CDHU e eles nos garantiram que só falta a prefeitura transferir esse terreno para o governo do Estado para que as obras tenham início. A Polícia Militar já garantiu que não pode tirar a gente daqui pois não há nada de ilegal e para eles não foi passado mandado algum para cumprir", disse Guilherme Castro, coordenador regional dos movimentos de sem-teto.   Nos dias 13 de junho e 8 de agosto deste ano, dezenas de famílias de sem teto montaram barracas no Largo da Matriz. Elas fazem parte das cerca de 3 mil famílias que, no dia 18 de maio, deixaram o acampamento João Candido, terreno particular de quase 1 milhão de metros quadrados localizado no bairro do Valo Velho, invadido no dia 16 de março.   Segundo o grupo, as famílias só saíram da área após a Prefeitura prometer transferir todos para o terreno do Jardim Calu, numa espécie de transição entre o fim da ocupação e o início da construção de moradias para todos no Jardim Calu. No dia da desocupação, tudo ocorreu pacificamente e diante de 600 policiais militares, acionados para cumprir mandado de reintegração de posse.

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