Sem-teto ocupam terreno particular perto do Itaquerão

Cerca de mil famílias, de acordo com o MTST, chegaram ao local, um terreno particular abandonado, durante a madrugada

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Por Rafael Italiani
Atualização:

Atualizada às 16h28

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SÃO PAULO - Um grupo de mil famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou na madrugada deste sábado, 3, um terreno particular na Rua Malmequer do Campo, na região do Parque do Carmo, em Itaquera, na zona leste de São Paulo. O local fica a cerca de 4 km da Arena Corinthians, o Itaquerão e o grupo pretende ficar no local por tempo indeterminado.

"Vamos ficar indefinidamente. Esta não é uma área de preservação ambiental, tem dívida com a Prefeitura e estava abondonada. Ela tem todas as condições para ser uma área de interesse social", disse Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Segundo Boulos, a invasão está diretamente relacionada com a Copa do Mundo. "As obras que foram feitas em Itaquera não melhoraram em nada as condições de habitação da região, só renderam especulação imobilária." São esperadas mais mil famílias até o final da próxima semana.

A ocupação, formada por moradores de áreas de risco, favelas ou que afirmam não ter dinheiro para pagar aluguel, segundo a entidade, é em um terreno que estaria há 20 anos abandonado. A invasão começou no final da noite de ontem, com uma operação que teve início da Nova Palestina, na zona sul, área também ocupada pelo MTST. Uma caravana formada por 50 carros, 17 ônibus e motos, saiu do local com destino à zona leste de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar não houve confronto.

No início desta tarde, já havia centenas de cabanas montadas no terreno. Membros antigos do MTST montam as estruturas, ensinam as regras para os novos ocupantes e depois retornam para as invasões de origem. Por volta das 14h, o secretário adjunto da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, Miguel Reis Afonso, esteve no local. Ele se reuniu com lideranças do MTST dentro de uma barraca. " A preocupação agora é para saber como estão as condições da ocupação", afirmou. Ainda de acordo com ele, a Prefeitura não sabe quem é o proprietário do terreno.

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