PUBLICIDADE

Sem teto ocupam imóveis na capital e pretendem realizar manifestações

Foco foram três prédios na região central de SP, totalizando 1300 famílias que participam das incursões; a União Nacional por Moradia Popular pretende organizar protestos em 12 Estados

Por Ricardo Valota
Atualização:

SÃO PAULO - Cerca de 1400 famílias de sem teto ligadas a movimentos que reivindicam moradia popular ocupam três imóveis na capital paulista, após três invasões e uma tentativa, ocorridas entre o final da noite de quarta-feira, 18, e o início da madrugada desta quinta-feira, 19.

 

PUBLICIDADE

São 600 famílias num prédio, segundo os sem teto, abandonado há mais de 10 anos e pertencente ao governo federal, na Rua São Joaquim, região da Liberdade, no centro. Mesmo com dois soldados do Exército fazendo a segurança do local, os sem teto entraram e ocuparam o interior do prédio.

 

Outras 400 famílias invadiram um prédio, de 13 andares, na altura do nº 125 da Rua Conselheiro Crispiniano, também no centro. O prédio, segundo as famílias, foi adquirido pela Secretaria do Patrimônio da União para moradia popular, há um ano e meio, e até o momento não teve as obras de reforma iniciadas. Minutos após a invasão, guardas civis metropolitanos foram até o local e retiraram as famílias, segundo elas, com violência.

 

Outra ocupação ocorre em um terreno e um galpão, ambos vazios e localizados na altura do nº 1.099 da Avenida Rangel Pestana, no Brás. Segundo os invasores, cerca de 300, os imóveis pertencem ao INSS e já estariam comprometidos há mais de 12 anos com um projeto de construção de moradias populares.

 

Por volta das 23h45 de quarta-feira, 18, pelo menos 100 famílias tentaram invadiram um prédio particular, não ocupado e de seis andares, mas vigiado por seguranças particulares, na altura do nº 85 da Rua Professor Romeu Pellegrini, na Vila Santa Eulália, região do Ipiranga, zona sul. O movimento reivindica a desapropriação do imóvel. Parte destas famílias que não conseguiram entrar no prédio foram para a frente do edifício localizado na Rua Conselheiro Crispiniano.

 

A União Nacional por Moradia Popular pretende realizar, nesta quinta-feira, pelo menos 23 manifestações em 12 Estados. Em nota, o movimento afirma que "luta por uma reforma urbana e por uma autogestão nas políticas públicas", e que uma "tragédia urbana abate as cidades, com milhões de famílias vivendo em áreas de risco, em bairros sem infraestrutura e ameaçadas de despejo".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.