
12 de maio de 2016 | 18h09
SÃO PAULO - Cerca de 100 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) invadiram a sede da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Pinheiros, zona oeste da capital, para reivindicar ligação de água e esgoto no assentamento que ficou conhecido como Copa do Povo, em Itaquera, zona leste. No local serão construídas moradias populares. A Polícia Militar foi acionada, mas não houve confronto.
Segundo funcionários da companhia, os militantes entraram por volta das 15h15 pela portaria da Rua Sumidouro e ocuparam o estacionamento. Um segurança chegou a apontar uma arma em direção ao grupo, mas não houve confronto. Seis integrantes do MTST foram recebidos por funcionários da diretoria metropoliana da estatal. De acordo com a Sabesp, a manifestação foi pacífica e o grupo deixou o local por volta das 17h.
"A reinvindicação é de que a Sabesp assuma o compromisso que já havia feito de fazer uma extensão da linha de água e esgoto para ter aprovação do projeto", disse o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, que liderou a ocupação Copa do Povo em maio de 2014, para chamar a atenção para o problema da moradia popular aproveitando-se dos holofotes trazidos a Itaquera pela abertura Copa do Mundo, na Arena Corinthians.
Copa do Povo. Com 155 mil metros quadrados, o terreno abrigou 5 mil famílias que viveram quatro meses acampadas em barracas. Em agosto daquele ano, o grupo desocupou o local após a assinatura de um termo de compromisso entre o MTST, as três esferas de governo e a construtora Viver, dona da área, para construção de moradias populares para os ocupantes do local. A previsão era de que as primeiras das 3,5 mil unidades ficassem prontas neste ano.
Em janeiro deste ano, o Estado mostrou que 1 ano e quatro meses após a desocupação, os integrantes do MTST ainda esperavam o início das obras. O Ministério das Cidades sequer tinha feito o projeto para a construção do empreendimento, que levará o nome Copa do Povo. À época, uma placa informava no local que seriam construídas 2.650 unidades habitacionais.
Segundo a Sabesp, o projeto para levar água para o loteamento está pronto. A única pendência é a infraestrutura para a rede de esgoto, que, de acordo com a companhia, depende de obras da Prefeitura. Uma reunião entre MTST e os órgãos públicos envolvidos no projeto foi marcada para a próxima quinta-feira, 19, na Secretaria Estadual da Habitação.
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