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Sem-teto fazem protesto em ruas do centro de São Paulo

Grupo deverá seguir pelas ruas Consolação, Xavier de Toledo e Riachuelo; antes, haverá um debate com professores e políticos

Por Barbara Ferreira Santos e Luiz Fernando Toledo
Atualização:
De acordo com a PM, duas mil pessoas estavam no protesto Foto: Jose Patricio/Estadão

Atualizada às 21h28

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SÃO PAULO - Cerca de 3 mil pessoas, de acordo com a PM, a maioria delas integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na noite desta quarta-feira, por ruas do centro de São Paulo. O grupo chegou ao Ministério Público Estadual. O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, afirmou que 12 mil manifestantes participaram do ato do MTST.

Os manifestantes chegaram a fechar todas as faixas da Rua da Consolação. Alunos e funcionários da USP, em solidariedade ao ato do MTST, vieram à passeata. De acordo com a Polícia Militar, foi acordado que eles deveriam seguir pelas ruas Consolação, Xavier de Toledo e Riachuelo. Catorze viaturas da força tática da PM e duas da CET foram atrás do grupo do MTST na Rua da consolação. Manifestantes levaram as tradicionais buzinas, cornetas e apitos, que ecoaram durante toda a passeata. 

Por volta das 21 horas, os militantes do MTST chegaram em frente ao Ministério Público Estadual e encontraram o prédio fechado. Lideranças do movimento montaram um cordão humano para evitar que algum manifestante tentasse ultrapassar o portão do MPE.Em coro, os sem-teto gritaram: "Maurício Ribeiro é duro com sem-teto e mole com empreiteiro". Eles se referem ao promotor Maurício Ribeiro Lopes, que apresentou ação pedindo à Justiça uma decisão liminar para proibir convênios da Prefeitura com o MTST e com o líder Guilherme Boulos.

"Setores da mídia e o Ministério Público estão dizendo que o MTST fura fila. Cada trabalhador que está aqui sabe o quanto esperou nessa fila. Todo mundo sabe que na política de habitação desse país existem privilegiados, mas que infelizmente não são os movimentos sociais. Esses privilegiados são as empreiteiras", disse Boulos. 

"Vamos para lá (o Ministério Público) porque nós não temos problema que investiguem o MTST, porque quem não deve não teme. Queremos que esse mesmo MP que entrou com ações contra o MTST também tenha a coragem de investigar a especulação imobiliária e empreiteiras". 

"A gente veio para lutar pelo direito de greve e contra a criminalização dos movimentos sociais, visto o que aconteceu hoje (na Cidade Universitária) na USP", disse Adrian Fuentes, diretor do DCE da USP, aluno do curso de Matemática. Segundo Fuentes, cerca de 100 pessoas, entre funcionários e alunos da universidade, vieram ao protesto do MTST.

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Ele afirmou que, na manhã desta quarta, a atuação da PM teve uso desproporcional de força. "Participei dos protestos de junho e nunca vi tanto gás lacrimogêneo sendo usado em manifestação como hoje. Teve bala de borracha que atingiu ônibus e passageiros tiveram de descer."

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