Sem-teto da Ocupação Portal do Povo fazem ato nesta segunda-feira

Grupo liderado pelo MTST reivindica que terreno na região do Morumbi, na zona sul, seja destinado a habitações populares 

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Por Laura Maia de Castro
Atualização:

Atualizado às 13h10 SÃO PAULO - Cerca de 150 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizam ato na manhã desta segunda-feira, 7, em frente à construtora Even, na Marginal do Pinheiros, na zona sul da capital. Eles são moradores da ocupação chamada de Portal do Povo, na região do Morumbi, também na zona sul, e reivindicam que o terreno pertencente à Even, invadido no último dia 20 de junho pelo movimento, seja destino a moradia populares. "Esse terreno é uma zona mista, que permite a construção de habitação popular. O ato é para pressionar que ele seja destinado a moradias populares", disse o coordenador Guilherme Boulos. Segundo o MTST, cerca de 2 mil famílias fazem parte da ocupação. 

Grupo saiu do Largo da Batata rumo à sede da Construtora Even, na Marginal Pinheiros Foto: Laura Maia de Castro/Estadão

Os sem-teto se concentraram no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, às 9h. Por volta das 10h15, os manifestantes deixaram o local e bloquearam totalmente a Avenida Brigadeiro Faria Lima, no sentido Itaim Bibi, aos gritos de "e daí?  O povo do sem-teto vai morar no Morumbi".  Às 10h40, os ativistas chegaram à sede da Even, localizada no número 1.400 da Rua Hungria (pista local da Marginal do Pinheiros), no Jardim Europa. No entanto, o prédio está com as grades fechadas. Os manifestantes bloqueiam duas faixas no sentido da Rodovia Castelo Branco. Eles gritavam "criar, criar, poder popular" na frente do edifício. No alto falante, Boulous disse que os manifestantes vão ficar na frente do prédio até que a construtora receba uma comissão do movimento. "Enquanto não houver negociação, ninguém entra e ninguém sai do prédio. Nosso ato é pacífico e organizado, assim como as nossas ocupações. Ficaremos aqui puxando nosso gritos até sermos recebidos", disse. "Eles disseram que, caso a prefeitura agende uma reunião, vão comparecer. Estamos tentando contato com a Prefeitura agora", afirmou Boulos. Os coordenadores do MTST não descartam a possibilidade de acampar em frente ao prédio. Por volta das 11h45, o analista de suporte Emerson Udson, de 22 anos, aguardava há quase uma hora para tentar entrar no prédio, onde, segundo ele, funcionam duas empresas além da Even.  "Não conseguimos entrar. Os seguranças disseram que não podem abrir porque pode ser que invadam", declarou Udson que trabalha para a Brasil Foods (BRF). A construtora Even afirmou, em nota, que as questões do MTST devem ser encaminhadas ao poder público e que, por isso, "não compete à Even conduzir conversa com os líderes do movimento". Almoço. Por volta das 12h50, entregadores de um restaurante chegaram ao edifício com sacolas de refeição na mão. Os sem-teto os cercaram e gritaram: "Chegou nosso almoço". Os entregadores telefonaram para avisar que não conseguiam entrar no prédio.

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