
07 de abril de 2011 | 00h00
Segundo a polícia, os jovens destruíram camas, queimaram colchões, quebraram partes do teto e usaram pedaços de madeira para ameaçar funcionários. Ninguém ficou ferido, mas os 23 acusados de vandalismo foram levados para a delegacia.
O caso começou às 2h de terça-feira, quando os educadores perceberam que 11 rapazes e 9 moças, com idade entre 12 e 18 anos, pretendiam fazer sexo no abrigo - as três crianças só participaram do quebra-quebra. Os funcionários tentaram impedir os jovens, que começaram a destruir as camas. Os investigadores afirmam que os menores atearam fogo em dois colchões e usaram facas da cozinha para intimidar os responsáveis pela central.
O tumulto só terminou às 6h, quando a polícia foi chamada e levou os 23 envolvidos para a 6.ª DP (Cidade Nova). Segundo a delegada-assistente, Sania Cardoso, os menores ficarão sob responsabilidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) até que a Justiça decida seu destino. O jovem de 18 anos, que teria mentido a idade para poder entrar na central, foi preso em flagrante.
Após o episódio, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que estuda separar meninos e meninas nas centrais de acolhimento, que funcionam como espaços de pernoite antes que os menores sigam para abrigos permanentes. Na Central de Recepção de Crianças e Adolescentes Ademar Ferreira de Oliveira não há divisão por sexo.
De acordo com o desembargador Siro Darlan, ex-titular da 1.ª Vara da Infância e da Juventude do Rio, abrigar meninos e meninas no mesmo espaço é aceitável, desde que haja limites. "Esse formato é viável se houver um acompanhamento dos educadores, sem criar ambientes de promiscuidade", avalia o magistrado. "Sabemos que falta estrutura para receber os menores de maneira adequada." Com 40 vagas, a casa de pernoite ficará interditada até amanhã.
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