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Seis pessoas são mortas a tiros no fim de semana em Guarulhos

Vitimas tinham entre 15 e 32 anos - duas delas com antecedentes; crimes ocorreram duas semanas após PM ser morto

Por Felipe Resk
Atualização:

SÃO PAULO - Em menos de 48 horas, seis pessoas foram assassinadas a tiros em bairros da periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo, neste fim de semana. As vítimas tinham entre 15 e 32 anos e eram homens - dois deles com antecedentes criminais. A Polícia Civil investiga se há relação entre as ocorrências. Os crimes aconteceram duas semanas após um policial militar ser morto na região.

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O primeiro ataque foi na Rua Agnelo Trama, no Jardim Monte Carmelo, por volta das 2h30 do sábado, 23. Acionados para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo, policiais militares encontraram Romualdo da Silva, de 28 anos, já sem vida. Ele estava caído de barriga para cima e apresentava ferimentos provocados por tiros no pescoço e abdome.

Foi informado aos policiais que Silva estava caminhando pela rua quando um carro passou e os criminosos efetuaram quatro disparos. A placa ou características do veículo não foram anotadas. Após consulta, os agentes descobriram que a vítima já havia sido presa por roubo.

Cerca de uma hora depois, o corpo do mecânico Edvaldo Correia dos Santos, de 24 anos, seria encontrado na Rua Santo Antônio do Aventureiro, a menos de três quilômetros de onde ocorrera o primeiro crime. Santos morreu após ser baleado na nuca. Os policiais não acharam testemunhas ou câmeras de segurança que pudessem ter gravado o assassinato.

O terceiro homicídio aconteceu por volta das 4h10, na Avenida Monteiro Lobato, onde Bruno Valdir dos Santos, de 26 anos, foi alvejado no abdome, pescoço, rosto e cabeça. A polícia desconfia que os disparos sejam de revólver calibre 38. No local, a perícia recolheu um projétil de chumbo e um celular, encontrado ao lado do corpo. A vítima tinha antecedente criminal por tráfico de drogas.

A mais jovem das vítimas, F. P. M., de 15 anos, morreu com um tiro na cabeça, cerca de 20 minutos depois. O crime aconteceu na Rua Sebastião da Boa Vista, a seis quilômetros do assassinato anterior. Os policiais não conseguiram localizar testemunhas.

A Polícia Civil de Guarulhos registrou mais dois ataques no domingo, 24. O ajudante Gerson Gomes Munhoz da Silva, de 21 anos, foi morto com um tiro no abdome. À polícia, um familiar afirmou que ele havia saído da casa de uma irmã, em Guarulhos, e ido a um ponto de ônibus para voltar a São Miguel Paulista, na zona leste da capital, onde morava. Eram 21h30.

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Os familiares, no entanto, foram surpreendidos quando Silva bateu no portão da casa de um parente, na Rua Manga, também em Guarulhos. Ele já havia sido baleado. O ajudante chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso, mas não resistiu ao ferimento.

Por volta das 23h10, policiais militares em patrulhamento foram avisados por um motorista, que piscou o farol para a viatura parar. Aos agentes, a testemunha afirmou ter visto um homem sofrer uma tentativa de assalto pouco tempo antes.

Após buscas, os policiais encontraram Jânio Cezar Pereira da Silva, de 32 anos, caído na Rua Maracajá, mas a motocicleta dele não havia sido roubada pelos criminosos. Vítima de um tiro na cabeça, Silva chegou a ser socorrido ao hospital, onde morreu.

Execução. No dia 9 de abril, também um sábado, o cabo da Polícia Militar Miguel Lopes Gutierre Filho, de 46 anos, foi morto a tiros em frente a uma lanchonete na mesma região de Guarulhos. O PM estava comendo um sanduíche, na Estrada do Sacramento, no bairro de Pimentas, quando dois bandidos chegaram por trás e dispararam várias vezes contra o policial.

O PM morreu na hora e os criminosos ainda levaram a arma dele na fuga. Depois, o bandidos foram identificados como irmãos, de 23 e 24 anos. O mais novo se entregou à polícia em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no dia 17.

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