
10 de agosto de 2010 | 00h00
Júlia Greve,médica fisiatra do hospital das clínicas
1. Há muitos casos de lesões causadas por quedas em calçadas? Sim. Em 2003, classificamos as quedas e mais da metade eram tropeções em vias públicas. O problema é a qualidade dos passeios.
2. Quem são os mais afetados? Os idosos. E, com o envelhecimento da população, fica bem mais perigoso ter calçadas esburacadas. A maior parte dos idosos já caiu na rua e alguns se machucaram gravemente.
3. Qual lesão é mais
comum? Abaixo dos 60 anos, lesões mais simples nas pernas, como entorse de tornozelo ou escoriação. Em idosos, há fraturas de quadril e de ombro e hematomas faciais.
4. Qual é o caso mais grave com o qual você já se deparou?
No levantamento que fizemos sete anos atrás, tivemos até óbitos. Hoje, nas consultas, o número certamente continua muito alto.
5. De 2003 para cá, a qualidade das calçadas melhorou?
Não. Com exceção de alguns bulevares comerciais, a qualidade ainda é muito ruim. Um estudo mostrou que há um buraco a cada sete metros.
6. Como resolver isso?
Temos de cobrar. É normal brigar quando um buraco na rua estraga o pneu. Mas ninguém reclama com a mesma revolta dos buracos nas calçadas, que estragam a perna das pessoas.
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