Seis morrem afogados em fim de semana de calor no interior paulista

Entre as vítimas estão duas crianças e, em alguns casos, pode ter havido imprudência, segundo os bombeiros

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Seis pessoas morreram afogadas em rios e lagos do interior de São Paulo durante o fim de semana, conforme registros das unidades do Corpo de Bombeiros. O número elevado de ocorrências, segundo os bombeiros, decorre das altas temperaturas registradas sábado e domingo no interior, que levaram grande número de pessoas a buscar açudes e rios para se refrescar. Entre as vítimas estão duas crianças e, em alguns casos, pode ter havido imprudência, segundo os bombeiros.

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O menino Peterson Nunes Carvalho, de 8 anos, se afogou na tarde de domingo, 12, quando brincava com a família no lago de uma antiga pedreira, em Bonsucesso de Itararé, sudoeste paulista. O padrasto do menino, a mãe dele e uma irmã de 15 anos estavam na água, na parte rasa do lago, quando Peterson afundou. A irmã gritou e foi atrás do garoto, mas também afundou.

O pai deles, Oséias Lourdes dos Santos, e o trabalhador rural Carlos Alberto Pires, amigo da família e que também estava no local, pularam atrás deles. "Só conseguimos tirar a menina, que já estava desmaiada, mas não teve jeito de achar o Peterson", lamentou Pires. Segundo ele, além da família, outras pessoas nadavam para se refrescar do forte calor, que chegou a 34 graus na região. A garota foi levada à Santa Casa de Itapeva e continuava internada nesta segunda-feira, 13. 

O Corpo de Bombeiros de Itapeva iniciou a busca no fim da tarde, mas os trabalhos foram suspensos durante a noite. Transtornado, Santos acompanhou as buscas e disse que chegou a tocar o corpo do enteado, mas não conseguiu pegá-lo. À polícia, ele contou que se descuidou por alguns segundos e, quando viu, o menino já tinha sumido e a filha estava se afogando.

O corpo do garoto foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Itapeva e ainda será velado em Bom Sucesso. O sepultamento será na manhã de terça-feira, 14, no Cemitério Municipal. Conforme o Corpo de Bombeiros de Itapeva, o local é profundo e perigoso - o corpo do menino foi achado a 12 metros de profundidade. Só este ano, a unidade registrou oito mortes por afogamento na região, três a mais que no mesmo período do ano passado.

Em Rosana, um jovem de 19 anos morreu afogado no Rio Paranapanema, domingo, próximo da Ilha do Macaco. A vítima, João Marcos Pedroso, morava em Marabá Paulista e chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas não resistiu. O rapaz havia se afastado da área de segurança do balneário existente no local. Um homem de 46 anos se afogou no Rio Paraná, em Presidente Epitácio, quando nadava em uma área de pesca. Ele chegou a ser retirado da água com vida por pescadores, mas morreu quando era levado para o pronto-socorro.

Em Nova Odessa, um homem de 39 anos morreu afogado quando nadava em uma represa da cidade. O corpo de Sidney Manoel dos Santos foi encontrado uma hora depois, já sem vida. Os bombeiros resgataram também o corpo de um jovem de 21 anos que morreu quando nadava na Represa do Jaguari, em Igaratá. O rapaz é de São Paulo e passava o dia com a família em um rancho.

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Em Piracicaba, o Corpo de Bombeiros localizou nesta segunda-feira o corpo de um menino de 11 anos que desapareceu domingo nas águas do Rio Piracicaba. Ele pescava com o pai e o avô quando escorregou numa pedra da margem e caiu no rio. O pai, um policial militar de 33 anos, morador de Campinas, pulou na águas, mas não conseguiu alcançar o garoto. O corpo foi achado preso em galhos no local conhecido como "rampa dos navegantes".

Balanço. Levantamento da Secretaria Estadual de Saúde divulgado em setembro de 2016 mostra que, em média, duas pessoas morrem por dia, por afogamento, no Estado de São Paulo. Em 2015, foram registradas 752 mortes, contra 788 óbitos do ano anterior. Os números incluem os afogamentos no mar. Metade das mortes acontece na faixa etária de adultos, entre 20 e 49 anos. Em 2015, o maior número de mortes por afogamento aconteceu nas regiões da Grande São Paulo, com 271; Campinas, com 66; Baixada Santista, com 55; e Sorocaba, com 51 óbitos.