Segunda maior de SP, favela de Paraisópolis passa por mudança

Primeira fase do PAC foi concluída no ano passado; mil moradias ainda serão construídas

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Por Adriana Carranca , Valéria França e de O Estado de S.Paulo
Atualização:

Segunda maior favela da capital, com 80 mil moradores, Paraisópolis foi a primeira a receber recursos para urbanização na gestão do então prefeito José Serra, em 2005, quando o projeto começou a ser licitado. A mudança na região faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dos R$ 172,9 milhões a serem investidos, R$ 112,9 milhões serão assegurados pela Prefeitura e R$ 60 milhões pelo governo federal. Além das obras comuns de urbanização, serão construídas mil moradias, escolas e Unidade Básica de Saúde (UBS) com assistência médica ambulatorial. Além disso, será criado um parque linear às margens dos cursos d’água existentes nas comunidades de Paraisópolis, Porto Seguro e Colombo.   Veja também: Sobe para 6 número de feridos em confronto em Paraisópolis Polícia libera detidos durante conflito em Paraisópolis Polícia relaciona morte de traficante a protesto em favela Ocupação será por tempo indeterminado, diz Marzagão Moradores e PMs se confrontam na favela Paraisópolis, em SP  TV Estadão - O confronto com a PM  Galeria de fotos do confronto em Paraisópolis   As obras tiveram início em 2007. A primeira fase foi concluída em 2008. Entre as mudanças estão a abertura de vias, a construção de um escadão de 187 degraus para ligar a Favela de Paraisópolis ao bairro do Morumbi, e a criação de um pequeno estádio de futebol, onde antes havia um campinho de terra, para a disputa do torneio local. Também foram canalizados alguns córregos.   A urbanização entra agora em uma segunda fase, que vai consumir a maior parte dos recursos. Cerca de 200 famílias que viviam em áreas de risco no Grotão e Grotinho foram retiradas. Haverá construção de mil unidades habitacionais, rede de água e esgoto e pavimentação. Os prédios terão quatro andares – o térreo será aberto para pequenos comércios. As obras devem ser finalizadas em maio de 2010.   A favela ocupa uma área de 798.695 metros quadrados – cerca de 80 campos de futebol – e tem 17.200 domicílios, ocupados por famílias com renda média de R$ 614, segundo a Secretaria Municipal de Habitação.   Trânsito   O trânsito é intenso na favela. Sete linhas de micro-ônibus fazem ponto final em suas ruas. Tanto que a CET elaborou um sistema viário próprio para a área, em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação, como parte das obras de urbanização. O sistema binário (ruas com sentido único, uma paralela à outra), incluindo duas favelas vizinhas (Jardim Colombo e Porto Seguro) tem 10,5 km de vias.   Localizado no coração de uma das regiões mais ricas de São Paulo, o loteamento de 1921 que hoje é chamado de Paraisópolis começou a ser invadido na década de 1950 por trabalhadores, atraídos para o bairro com a construção de casas para a classe alta. Por não serem terrenos públicos, o que dificulta a regularização, a Prefeitura incentivou os donos dos terrenos que trocassem, por exemplo, dívidas com o governo pelas terras invadidas. Em 2002, o Plano Diretor do município havia criado mecanismos legais para permitir a urbanização e legalização da favela.   Paraisópolis virou um "laboratório", atraindo arquitetos e urbanistas de todos o mundo. No ano passado, recebeu a visita de pesquisadores das escolas de Arquitetura das prestigiadas universidades americanas Columbia e Harvard.

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