Secretário não descarta crime organizado em incêndios de ônibus

Fernando Grella participou de reunião com empresas para definir medidas contra o vandalismo

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Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Atualizada às 18h19

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  SÃO PAULO - O secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, disse nesta quarta-feira, 29, que não descarta a possibilidade de que o crime organizado esteja por trás dos incêndios de ônibus na cidade. Ele deu a declaração em entrevista coletiva de balanço sobre o programa da Prefeitura na Cracolândia depois que foi questionado sobre a suposta presença de membros do PCC em pontos finais de ônibus no Jardim João 23.

Grella disse, no entanto, que também não descarta a possibilidade de que os ataques sejam provocados por vários movimentos sociais isolados, cada um com sua demanda, como as enchentes ou crimes.

"Não temos clareza se é crime organizado, não descartamos, ou se são meramente movimentos sociais porque as motivações são as mais distintas: ora em razão da morte de uma pessoa, ora em razão da enchente. O fato é que não é uma situação normal e estamos mobilizados com os setores de inteligência", disse.

Reunião. O secretário disse ainda que já vem discutindo com as empresas de transporte medidas para combater os incêndios em ônibus. Uma reunião entre as duas partes foi realizada na última sexta-feira.

"Discutimos uma série de medidas e alternativas e foram definidas ali algumas providências e ações que já estão em andamento."

O secretário não quis detalhar quais ações estão sendo desenvolvidas, mas informou que já ordenou ao Comando Geral da Polícia Militar o reforço no policiamento das regiões que vêm sofrendo esses atos de vandalismo.

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Nesta terça-feira, oito pessoas foram presas por causa de incêndios a ônibus em São Paulo. Até as 18h desta quarta, mais cinco pessoas foram detidas. Trinta e dois ônibus foram queimados na cidade de São Paulo desde o início do ano, segundo a SPTrans.

M'Boi Mirim. Manifestantes queimaram um ônibus na cidade de São Paulo nesta quarta-feira, 29. O coletivo foi incendiado por volta das 12h30 na Estrada do M'Boi Mirim, zona sul de São Paulo.

Os bombeiros chegaram às 12h40 e controlaram as chamas, mas o veículo ficou completamente destruído. Dois homens e três adolescentes foram detidos pela Polícia Militar acusados de participarem da ação e levados ao 100.º Distrito Policial (Jardim Herculano), na zona sul.

O protesto foi motivado pela morte do jovem Guilherme Augusto Gregório, de 19 anos, na madrugada da última terça-feira, com um tiro. Suspeita-se que o disparo tenha saído da arma de um policial, mas não há nenhuma confirmação até o momento.

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