
04 de setembro de 2017 | 22h48
SÃO PAULO - O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi) criticou nesta segunda-feira, 4, a proposta de aumento de 43%, na média, do valor venal dos imóveis na capital paulista proposto pela gestão do prefeito João Doria (PSDB). A medida vai impactar uma alta nos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) cobrado dos paulistanos em 2018.
"Falar em aumento de impostos em um momento como esse, com o Brasil passando por uma retração fortíssima da ativiade econômica, e um novo Plano Diretor e uma nova Lei de Zoneamento que mudaram a realidade imobiliária de São Paulo, é complicado", disse o o vice-presidente de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Secovi, Ricardo Yazbek.
Nesta segunda-feira, o Estado revelou que a para fazer com que o valor venal dos imóveis suba de 50% para 70% do valor de mercado. A Prefeitura pretende ainda alterar alíquotas e impor "travas" no reajuste do IPTU para fazer um aumeto escalonado e que tenha maior impacto nos bairros nobres.
A medida está sendo discutida no Conselho Municipal de Valores Imobiliários (CMVI), onde o Secovi e outras entidades envolvendo construtoras, indústrias e comércios têm assento. "O Secovi não está de acordo com esse aumento pretendido na PGV e, consequentemente, no IPTU. Não é o momento para ter aumento forte, haja visto que os imóveis não acompanharam essa valorização", afirmou Yazbek.
Para o Secovi, a Prefeitura "distorce" os atuais valores venais dos imóveis ao utilizar como base a média dos valores nos últimos quatro anos. "Não concordamos com esse metodologia de cálculo da PGV, que distorce os valores reais. Esse diferença (entre valor venal e valor de mercado) vem caindo nos últimos anos, porque a PGV já sofreu um reajuste forte na gestão passada (Fernando Haddad) e os preços de mercado hoje estão realmente bem deprimidos por causa da crise", disse Yazbek.
A entidade espera convencer o CVMI a rever a proposta na próxima reunião, no dia 13 deste mês, e que os vereadores também avaliem o atual cenário da econonomia ao votarem a proposta na Câmara Municipal. "Não estamos pensando em ação judicial ainda. Queremos mostrar no conselho, com estudos técnicos, que a realidade não é essa", completou o dirigente do Secovi.
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