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'Não podemos nem velar seu corpo dignamente', diz irmã de comissário morto em acidente

Vítima morreu carbonizada; motorista do veículo que causou o acidente não prestou socorro

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Por Redação
Atualização:
Avenida dos Bandeirantes.O carro de Alexandre Stoian pegou fogo após a batida Foto: Edu Silva/Futura Press

A irmã do comissário de bordo Alexandre Stoian, de 43 anos, morto em um acidente de trânsito na Avenida dos Bandeirantes, zona sul de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira, 14, fez um desabafo nas redes sociais sobre a imprudência do advogado Artur Falcão Sfoggia, de 33, motorista do carro que causou a colisão. "Meu irmão, um pai de família, indo trabalhar e você voltando de uma balada, tirou a vida dele", disse Ana Paula Stoian.

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O acidente ocorreu por volta das 3h45 desta sexta-feira. O Volkswagen Jetta, conduzido por Sffogia, colidiu na traseira do carro onde estavam Stoain e a mulher, que girou e pegou fogo. Com base em imagens colhidas e na análise das marcas de frenagem, a Polícia Civil acredita que o advogado estava a mais de 100 km/h - o dobro do limite permitido na Bandeirantes, de 50 km/h. Na delegacia, o suspeito afirmou estar a 90 km/h.

"Que ironia Dr. Artur Falcão Sfoggia... se você estivesse devagar, nada disso teria acontecido", disse Ana Paula Stoian, fazendo referência ao status de Sfoggia em uma rede social que dizia "ando devagar porque já tive pressa". O advogado foi autuado em flagrante e deve ser transferido para uma cela especial, por ter curso superior, ainda nesta sexta-feira, 14.

Ana Paula criticou a falta de socorro e a justificativa de Sfoggia para não parar o veículo. "Não prestou socorro a uma viúva em desespero de ver o corpo do marido ser carbonizado. Alegar que estava sendo perseguido? É tripudiar em cima da nossa dor".

"Nós da família nem poderemos velar seu corpo dignamente porque não sobrou nada! Eu estou rezando para que a justiça dos homens e a de Deus seja feita, mas hoje peço mais a dos homens, para confortar uma mãe e um pai desolados", escreveu, ainda, Ana Paula. 

Segundo a Polícia Civil, Sfoggia responderá por homicídio qualificado, com dolo eventual (quando assume o risco de matar). Para os investigadores, houve meio cruel, uma vez que a vítima morreu queimada, e perigo comum às outras pessoas. "Ele assumiu o risco de causar evento morte", afirma o delegado Anderson Pires Giampaoli, titular do 96.° DP, responsável pelo caso. "Além de estar em alta velocidade, ter ingerido bebida alcoólica." A perícia ainda encontrou no veículo do advogado porções de crack e de maconha.

Racha. A Polícia Civil também investiga se Sfoggia participava de um racha na hora do acidente. Segundo testemunhas, o advogado teria fugido do local com auxílio de um terceiro carro. "É possível que o racha reste configurado no curso da investigação", disse o delegado.

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Os investigadores vão levantar imagens da Companhia de Engenharia de Tráfego(CET) e de comércios para confirmar ou descartar a hipótese. Até o momento, as gravações colhidas só mostram que Sfoggia e o primo chegam a pé em casa.

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