Se encher de pedestres, Avenida Paulista vai fechar de novo

Visitação de Natal faz CET monitorar via à noite para evitar atropelamentos; Prefeitura pode ser multada

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Por e Edison Veiga
Atualização:

SÃO PAULO - O interesse do paulistano e até de moradores de outras cidades pela decoração de Natal na Avenida Paulista é tanto que, desde o último fim de semana, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) precisa bloquear a via para evitar acidentes. As calçadas não dão conta de tanta gente circulando a pé e as pessoas tomam a via. Mas o Ministério Público já contesta a interdição.

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A proibição de carros, quando necessária, vai da Alameda Campinas à Rua Augusta no sentido Consolação e da Rua Haddock Lobo à Avenida Brigadeiro Luís Antonio no sentido Paraíso. Os bloqueios devem começar após as 20h, sem hora para acabar.

No entanto, para o promotor José Carlos de Freitas, os bloqueios são ilegais. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o MP e a Prefeitura limitou em três o número de eventos na via por ano (Parada Gay, Corrida de São Silvestre e festa de réveillon).

Segundo o MP, o TAC prevê multa de R$ 30 mil para a Prefeitura, caso o acordo seja desrespeitado. Um ofício alertando sobre essa possibilidade foi enviado ontem para Eduardo Macabelli, diretor de operações da CET.

Segurança. A decisão da CET de bloquear a avenida não tem relação com a fluidez do tráfego. É uma medida para evitar atropelamentos. Segundo o gerente de engenharia de tráfego da companhia, Wlamir Lopes, os pedestres estavam ocupando faixas de circulação dos carros. "É uma medida que vínhamos estudando desde o ano passado." A recomendação da CET é evitar a região. Para quem for à Paulista, a dica é usar o metrô.

A Avenida Pedro Álvares Cabral, rota para o Parque do Ibirapuera e para a árvore de Natal instalada lá, também deve sofrer bloqueios, caso o número de pedestres seja muito alto.

Público. Nas duas últimas semanas, cerca de 200 mil pessoas passaram pela Praça de Natal - um palco na esquina da avenida com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. A média é de 16 mil pessoas por noite - quase o mesmo número de participantes da Corrida de São Silvestre.

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"Virou tradição. Todos os anos a gente dá uma passadinha", conta o microempresário Roberto Hesse, de 45 anos, que foi ontem para a Paulista com os filhos Aquiles, de 4 anos, e Ilana, de 12. A doméstica Alzira Gomes Siqueira, de 32, enfrentou dois ônibus e mais de uma hora de trânsito para chegar de sua casa, em Guaianases. "Valeu muito a pena", diz ela, com os filhos Jeremias, Josué e Jesual, respectivamente de 6, 4 e 2 anos. "Se dependesse dos meus filhos, a gente viria todas as noites."

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