"O ministro da Justiça não escondeu a boa impressão que lhe causou o desempenho da polícia maranhense na reação às ações criminosas", informou o jornal da família Sarney. "Essas medidas são similares às encaminhadas nos casos de SP, RJ, SC, AL, PR, por exemplo", disse a presidente Dilma Rousseff, no Twitter, generalizando a crise na segurança pública enfrentada pelo governo Roseana Sarney (PMDB-MA) com saldo de 62 mortos em um ano nos presídios do Estado, ataques violentos orquestrados por bandidos nas ruas e degolações. Na semana em que um vídeo mostrou presos degolados, o PT dedicou-se a chamar o governador Eduardo Campos (PE), do adversário PSB, de "playboy mimado", ignorando por completo a crise no governo que ajudou a eleger e do qual faz parte (o partido indicou o vice-governador). O contorcionismo para evitar ataques a Roseana (Sarney) não se explica apenas pelo ano eleitoral. A grande influência do senador José Sarney (PMDB-AP) no PMDB, maior partido da coalizão governista, no Judiciário (incluindo as cortes superiores), no Senado e no controle de setores importantes como o de energia, garante ao grupo uma blindagem até agora eficiente. "Melhor sacrificar a reputação internacional do que ter Sarney como inimigo", explica um ex-aliado, numa referência a investigações de organismos internacionais sobre a situação nos presídios do Maranhão. Primeira mulher a ser eleita governadora no país, Roseana é para o pai (que completa 59 anos em cargos públicos em 2014) a sua continuidade. Mesmo com o governo Roseana desgastado, o PT está sob pressão para ajudá-la novamente na eleição deste ano. Eleita para seu quarto mandato ao governo, em 2010, Roseana fez uma profecia na posse. "No meu governo, a população vai poder dormir de portas e janelas abertas"; "O Maranhão vai passar a ser, com certeza, um dos Estados mais seguros do Brasil". Uma versão desmentida pelos fatos, mas que ainda ecoa entre os aliados do clã Sarney em Brasília.