Sargentelli quis instituir Dia da Mulata

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Por / DENIZE GUEDES
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Há dez anos, no dia 13 de abril, aos 78, morria o empresário carioca Oswaldo Sargentelli, que ganhou fama promovendo shows de mulatas pelo País e no exterior, a partir da década de 1970. Não à toa, ele se autodefinia "mulatólogo" e foi nesta condição que declarou ser o seu aniversário, 8 de dezembro - também Dia de Nossa Senhora da Conceição -, o Dia da Mulata.

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Mas a data não vingou. Ao menos, não oficialmente. Apesar de constar de listas na internet, que citam Sargentelli, não figura em calendários oficiais do País. Até mesmo no Rio, a lei que consolidou as datas comemorativas fluminenses, em 2010, manteve o 7 de outubro como o Dia da Mulata do Samba, instituído ainda em 1996 por lei de autoria do então deputado estadual Farid Abraão, ex-prefeito de Nilópolis e até hoje ligado à escola de samba Beija-Flor.

No primeiro ano em que foi comemorada a data, que chegou a ser criticada por promover a exploração sexual, Sargentelli lamentou não ter sido envolvido nas discussões. "Estou marginalizado, não sabem mais que eu existo", disse ao Jornal do Brasil.

Isso porque já vinha dos anos 1980 o hábito do criador das antigas boates Sambão, Sucata e Oba-Oba de reverenciar o 8 de dezembro. De branco, levava as suas mulatas à praia para jogar flores para Nossa Senhora.

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