25 de fevereiro de 2011 | 00h00
Os músicos de São Roque, a 55 quilômetros de São Paulo, estão em pé de guerra com a prefeitura desde que o prefeito Efaneu Godinho (PSDB) decidiu pôr em prática uma lei de 1990 que proíbe som alto em bares, restaurantes e casas noturnas da cidade.
Estabelecimentos que mantinham música ao vivo em locais sem tratamento acústico passaram a ser multados. Com isso, integrantes de bandas e grupos que atuavam na noite ficaram desempregados.
Na quarta-feira, um grupo de 30 músicos realizou uma "serenata" de protesto na praça da matriz, a principal da cidade. Os manifestantes percorreram ruas da cidade tocando instrumentos e foram até a frente da prefeitura.
De acordo com o músico Mário Barroso, o objetivo foi chamar a atenção dos moradores para uma medida que, segundo ele, prejudica o turismo na cidade, declarada estância turística.
Já o empresário Luciano de Souza foi multado duas vezes por causa do som ao vivo. Nos dois casos, a autuação foi aplicada antes das 22 horas.
Desde que a fiscalização teve início, em agosto do ano passado, cinco estabelecimentos já tiveram de fechar as portas, segundo os músicos.
A prefeitura informou que não há proibição para a música ao vivo, desde que o volume do som esteja dentro das normas. Os estabelecimentos tiveram prazo para se adequar à chamada lei do silêncio, mas apenas alguns instalaram sistemas de proteção acústica.
Sem sossego. De acordo com a prefeitura, a fiscalização atendeu a pedidos dos próprios moradores, que reclamaram de perturbação do sossego. Os músicos e donos de bares solicitaram uma reunião com o prefeito, mas o encontro ainda não tem data para ocorrer.
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