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São Paulo tem manhã mais lenta da história

Às 10h30, capital paulista registrou 251 quilômetros de congestionamento nas vias monitoradas pela CET

Por Barbara Ferreira Santos , Felipe Cordeiro e Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Atualizado às 13h55

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SÃO PAULO - A manhã desta sexta-feira, 6, a segunda da greve de metroviários, foi a mais lenta da história de São Paulo, com 251 quilômetros de congestionamento nas vias monitoradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) às 10h30. A média para o horário varia entre 70 e 104 quilômetros. A lentidão superou todos os recordes de trânsito que ocorreram em horários de pico da manhã (das 7h às 10h) na série histórica da CET, que se iniciou nos anos 1980. 

Considerando apenas horários de pico, São Paulo registrou, às 10h, 239 quilômetros de congestionamento. Os recordes nessa faixa da manhã ocorreram em 2012: 249 quilômetros às 10h do dia 23 de maio; e 245 quilômetros às 10h de 12 de novembro.

Por volta das 10h20, a Radial Leste estava congestionada na altura da Estação Carrão do Metrô Foto: Bárbara Ferreira Santos/Estadão

Segundo a CET, todos os procedimentos de contenção do trânsito estão sendo adotados, mas a situação é crítica. Segundo a companhia, os principais causadores da lentidão foram a greve dos metroviários, que paralisaram parcialmente as estações do Metrô pelo segundo dia, a chuva e o rodízio suspenso, que provoca injeção de mais carros nas ruas.

A Marginal do Pinheiros, a mais congestionada por volta das 10h, registrou mais de dez quilômetros de lentidão na pista expressa, da Ponte Interlagos até a Rua Quintana, sentido Rodovia Castelo Branco. Já a pista local registrou 6,3 quilômetros de retenção, também até a Rua Quintana. 

Segundo maior ponto de congestionamento na manhã, a Marginal do Tietê registrou 8,3 quilômetros de lentidão na pista local e outros sete na pista expressa, ambos no sentido Rodovia Castelo Branco.

Também registraram lentidão as Avenidas do Estado (5,2 quilômetros) Aricanduva (5,1 km), Professor Abraão de Morais (5,1 km) e Radial Leste (4,6 km). A cidade ainda esteve com 35 semáforos apagados ou em amarelo intermitente no horário. 

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Aproveitou para estudar. A analista de compliance Beatriz Almeida, de 19 anos, foi trabalhar pela primeira vez de carro. Ela levou três horas para percorrer o trecho entre a Vila Guilhermina e a estação Carrão da linha 3 - Vermelha do Metrô pela Radial Leste, na zona leste de São Paulo. O destino dela, no entanto, era a empresa em que trabalha, no bairro do Ibirapuera, na zona sul. "Comecei a ir para o trabalho de carro hoje, por causa da greve. E comecei desse jeito. Estou quase desistindo. Se demorar mais meia hora, volto para casa", disse.

Por causa da greve, a analista Beatriz Almeida usou o carro pela primeira vez para ir ao trabalho Foto: Bárbara Ferreira Santos

Ela tirou a carteira de motorista no ano passado, mas usava o carro apenas nos fins de semana. "Hoje estou indo assim porque é o único jeito de chegar, se eu chegar. Quando a greve parar, volto a usar o metrô."

Para driblar o cansaço no trânsito, Beatriz estudava. "Hoje eu tenho prova na faculdade, então estou aproveitando para ler. Por isso não vai adiantar chegar tarde no trabalho porque vou ter que ir para a faculdade depois para fazer prova. Estou em um apuro."

O autônomo Jackson dos Santos, de 40 anos, também ficou por mais de três horas na Radial Leste. Ele ia pegar o acesso à Marginal Tietê pela Ponte Aricanduva, na zona leste, e ir para Campinas, no interior. Com trânsito na região, seguiu pela Radial Leste até a estação Tatuapé, mas encontrou ainda mais trânsito. "Ontem foram quatro horas no trânsito", conta.

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"Hoje foram três horas e a manhã ainda nem acabou. Não esperava esse congestionamento. Viver em São Paulo está impossível. Quero, em cerca de 3 anos, me mudar para alguma cidade do interior porque assim não dá", afirmou Santos.

Rodovias. O motorista enfrentou 16 quilômetros parados na Rodovia Ayrton Senna, do quilômetro 27 ao 11, por causa do excesso de veículos. A Presidente Dutra registrou lentidões pontuais, entre os quilômetros 211 e 210, em Guarulhos, e entre os quilômetros 227 e 229, em São Paulo. Já a Rodovia Anhanguera, sentido capital, marcou tráfego intenso entre os quilômetros 14 e 11. Por sua vez, na Bandeirantes, o motorista pisou no freio dos quilômetros 16 ao 13 da pista expressa, em São Paulo, por reflexo do congestionamento nas Marginais do Tietê e do Pinheiros.

Chuvas. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), as chuvas começaram a perder força poucos minutos antes das 10h.

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A aproximação de uma frente fria e a propagação de áreas de instabilidade mudaram o tempo na capital na sexta-feira, por isso o dia começou com nuvens carregadas, mas as precipitações perderam a força, informou a CGE.

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