São Paulo, longa busca pela vida em comum

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Por Redação
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Quando o grego Hipódamos, cinco séculos antes de Cristo, desenhou o modelo de cidade que ainda rege o urbanismo ocidental, talvez pensasse em montar um sistema para resolver a complicada vida humana em comunidade. Àquela época, o mundo já experimentava a convivência multifamiliar havia oito milênios. Diz a arqueologia que tudo começou no Neolítico. Jericó, na área do Rio Jordão, é o marco mais remoto de um tempo difícil de imaginar: 10 mil anos.O viver em cidades, então, é opção já bem conhecida. Mas ainda hoje segue regra de antanho: a busca de conforto em ambiente carregado de interesses e conflitos. São Paulo, novata de tudo entre as maiores cidades (deu um salto gigante, passando de vila colonial a metrópole em 150 anos), é terra da boa para se acompanhar essas expectativas de vizinhança. As lições desse modo de vida, que por aqui dormitou com jesuítas e nativos no Pátio do Colégio por 3 séculos, podem ser aprendidas em cartas e documentos oficiais. Na arquitetura, quase tudo foi perdido, como a igreja (ao lado) reproduzida do livro São Paulo de Outrora, demolida em 1888. Para tratar do tema nasceu, em outubro, no site Estadão.com.br, a ideia de contar histórias de São Paulo. Mas sempre olhando o espaço urbano na perspectiva do arquiteto de Mileto - o inventor das quadras e das ruas de 7,5 metros de largura -, ou seja, perseguindo uma vida melhor. Acredita esta coluna estreante - assim como seu irmão digital, o Blog da Garoa - que hoje a colossal mancha urbana do planalto paulista, nascida na solidão da colônia, tem sim muito a oferecer em oportunidades e aconchego para a fascinante aventura humana em cidades.

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