'São Paulo é mais perigoso do que a Bolívia'
Entrevista com
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29 de junho de 2013 | 02h10
Verônica Capcha Mamani, de 24 anos, mãe do menino assassinado
A senhora vai continuar aqui?
Não. Quero voltar para o meu país. Quero levar meu filho para a Bolívia. Esse é meu único filho, não o tenho mais. Não quero enterrá-lo aqui.
Como a senhora vai voltar para a Bolívia?
Não tenho mais dinheiro. Preciso que me ajudem porque não tenho como pagar a volta.
A senhora perdeu tudo?
Sim. Havia dado todo o meu dinheiro. Essa não é minha casa. Era tudo o que tinha. Já não tenho mais nada.
Como a senhora estava quando Brayan levou o tiro?
Estava abraçando o meu filho, ajoelhada, em desespero. Ele chorava e gritava: "Mamãe eu não quero morrer, não me mate".
A senhora está no País há 6 meses. Por que veio ao Brasil?
Meu cunhado morreu aqui. Depois, nós viemos para buscar seu corpo, mas acabamos ficando. Por isso estávamos vivendo aqui ainda.
O que acha da violência de São Paulo?
Tenho medo. Já não quero mais ficar aqui. É mais perigoso do que a Bolívia.
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