São Bernardo terá 1ª termelétrica movida a lixo do País

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Por Marcio Pinho
Atualização:

A Prefeitura de São Bernardo vai lançar hoje o edital de licitação para seu novo projeto de tratamento de lixo, que deverá render ao País a primeira usina termelétrica movida a lixo. A estimativa é gerar 30 MW/h, o que poderia abastecer uma cidade de 200 mil habitantes - e poderão ser revendidos à Eletropaulo.De acordo com o secretário de Coordenação Governamental, Tarcísio Secoli, a queima evita inconvenientes como a produção de chorume e gases comum nos aterros. E as cinzas geradas com a queima podem ser aproveitadas em asfalto de estradas. Além disso, não inutiliza grandes terrenos para a criação de aterros, como o de Mauá, onde a cidade deposita seu lixo hoje.A criação de uma usina termelétrica à base de lixo também é um tema recorrente em cidades como Curitiba e São José dos Campos, no interior paulista. Em São Bernardo, a previsão é assinar contrato neste ano.A unidade será instalada na área do antigo Lixão do Alvarenga, um passivo ambiental de 30 mil metros quadrados que será recuperado. A pressão causada pela queima do lixo em fornos move turbinas, e esse movimento é transformado em energia elétrica. O secretário Secoli adianta que filtros evitarão que gases poluentes sejam emitidos. "Vai sair só vapor", diz Secoli.O edital que será lançado hoje prevê a unificação de todo o sistema de manejo de resíduos. Uma empresa ou um consórcio ficará responsável por todos os trabalhos. A expectativa é melhorar e ampliar a coleta seletiva. O custo total do contrato é estimado em R$ 600 mil. Para Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), esse tipo de usina é uma opção moderna que deve ser a aposta de municípios que disponham de espaço.Investimentos30anos é a duração estimada da Parceria Público-privada (PPP) do novo sistema de gestão de resíduos de São Bernardo.700toneladas de lixo são geradas por dia pelo município, sendo 45,8% de matéria orgânica, 20% de papel/papelão, 16% de plástico e 5% de metais e vidros.

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