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'São acusações graves', diz presidente de Conselho da Assembleia sobre deputado

Luiz Moura foi flagrado em uma reunião com supostos membros do Primeiro Comando da Capital

Por Luciano Bottini Filho
Atualização:

SÃO PAULO - O presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, Hélio Nishimoto (PSDB), convocou para a tarde da próxima terça-feira, 3, uma reunião para tratar do caso do deputado Luiz Moura (PT), flagrado em uma reunião com supostos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Pelas informações que nos chegaram, são acusações muito graves", disse Nishimoto.

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O Conselho já solicitou à Polícia Civil uma cópia do inquérito para debater as provas. Na reunião, os membros do Conselho decidirão se chamarão, além de Moura, outras pessoas. O deputado petista já manifestou que se apresentará ao Conselho na terça-feira.

A intenção é ouvir também o delegado Fabio Baena Martim, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que participou da elaboração do boletim de ocorrência que fez constar o nome de Moura entre os que estavam presentes no encontro em que foi preso Carlos Roberto Maia, o Carlinhos Alfaiate, segundo a polícia, um "famoso ladrão de banco dos anos 1990"

"Vamos acertar as primeiras ações referentes ao caso do deputado. Vamos debater sobre o assunto e deliberar quais serão as próximas providências. Ainda é muito prematuro um processo de cassação", disse o presidente do Conselho. Depois da análise das denúncias feitas contra Moura, o Conselho poderá abrir um processo disciplinar para cassá-lo ou aplicar uma pena mais branda.

Defesa. Durante suas explicações em plenário na quarta-feira, 28, Moura disse que está sendo alvo de "inverdades" e "discriminação". Afirmou que o encontro com os suspeitos era para tratar de questões salariais de trabalhadores de cooperativas de transporte - setor do qual ele faz parte. "O que se discutiu era remuneração, era uma interlocução minha para que a cidade não parasse como parou", afirmou.

"Estão querendo trazer uma mancha na minha família com integrantes de organização criminosa", disse o parlamentar. Segundo Moura, os participantes da reunião foram voluntariamente à delegacia quando a polícia esteve no local à procura de um foragido. "Eu, em nenhum momento, fui convidado ou convocado para ir ao DP."

Durante sua fala, Moura trouxe documentos que seriam boletins de ocorrência feitos na ocasião. De acordo Moura, a polícia primeiramente nem mencionou que o deputado estava no encontro, mas voltou a chamar as pessoas para que fizessem novo registro para citá-lo.

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A Polícia Civil afirma ter feito dois registros por causa da reunião. Um sobre a captura do foragido da Justiça Carlos Roberto Maia, o Carlinhos Alfaiate, acusado de roubo a bancos, presente no encontro, e outro sobre a reunião em si - que terminou com o encaminhamento de 40 pessoas ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Elas foram ouvidas nas investigações sobre a participação do PCC na queima de ônibus na capital.

Imprensa. Durante sua defesa no plenário, Moura acusou a imprensa. Ele questionou a cobertura jornalística, que ora estaria atribuindo a ele ataques a ônibus na capital, ora indicaria que ele é dono de uma frota de coletivos. Reportagem publicada nesta quarta no Estado mostra que, em 2005, o deputado assinou uma declaração de pobreza e, em 2010, seu patrimônio subira R$ 5,1 milhões.

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