Saída para vias carregadas pode virar ''gargalo'' na nova Marginal

Redução do tempo de viagem na via expressa pode ser perdida em acessos como o da Dutra e o do corredor norte-sul

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Por Redação
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Um dos principais objetivos da nova pista da Marginal do Tietê é reduzir os congestionamentos da via e diminuir em 35% o tempo de viagens. No entanto, as ruas e avenidas que se ligam a ela mantêm a mesma estrutura e muitas estão há muito sobrecarregadas. Por isso, há o risco de os minutos ganhos com a fluidez da nova pista serem perdidos mais à frente em um gargalo, provocado por um trecho incompleto ou por um acesso parado.A reportagem ouviu cinco especialistas para apontar possíveis locais de gargalo na Marginal após a inauguração de hoje. Todos ressaltaram que uma radiografia completa somente seria detectada com dados sobre os fluxos de cada via ligada pela Marginal. O ponto mais citado é a saída para a Rodovia Dutra, na zona leste. Isso porque a nova ligação com a estrada só será inaugurada em outubro. Até lá, veículos de três pistas vão se juntar em um único acesso. "Os gargalos vão acontecer em casos de acidente ou de grandes volumes de veículos, em pontos onde há estrangulamento. A Dutra tem um acesso mais estreito", diz o professor da Universidade de São Paulo Jaime Waisman.Outro ponto de afunilamento citado é no Rio Tamanduateí, por causa da obra inacabada. No sentido Ayrton Senna, as três pistas estarão em operação após a Ponte do Limão, mas elas se afunilam 300 metros adiante.Também é apontada a ligação com o corredor Norte-Sul. "Às vezes, a Ponte das Bandeiras é fechada para evitar que mais motoristas utilizem o corredor, porque já está saturado. Com o aumento do fluxo na Marginal por causa da liberação de uma demanda reprimida, será criado o problema", diz o consultor de Tráfego Sérgio Eijzenberg. Para Antonio Wrobleski Filho, consultor em transporte e logística, o problema será sentido em semanas, se as transportadores perceberem que o tráfego melhorou e voltarem a fazer viagens de manhã e à tarde. "Aí se perde tudo o que havia sido ganho", explica. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirma que não haverá gargalos, apesar do aumento de cerca de 15% na demanda de veículos.

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