Sabesp vai diminuir o racionamento nas festas

Ideia é aumentar captação de água do Cantareira nos próximos dias para minimizar a redução da pressão durante o Natal e o ano-novo

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Por Fabio Leite
Atualização:
Apesar das recentes altas, o Sistema Cantareira ainda opera com o uso dovolume morto Foto: Hélvio Romero/Estadão

SÃO PAULO - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai aumentar a captação de água do Sistema Cantareira nos próximos dias para aliviar o racionamento imposto à população por meio da redução da pressão durante o período de festas de Natal e réveillon. Cerca de 5,2 milhões de pessoas são abastecidas pelo manancial na região metropolitana e a tendência é de que o consumo aumente no verão.

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A Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), estadual, aceitaram o pedido da empresa para ampliar o limite de retirada de água do manancial dos atuais 13,5 mil para 15 mil litros por segundo na média deste mês, volume suficiente para abastecer até 600 mil pessoas.

Segundo os gestores, a medida visa a amenizar os cortes diários no fornecimento de água, mais longos para quem mora em regiões altas e nos extremos da rede, e não compromete a recuperação do sistema, que subiu 5,8 pontos porcentuais apenas nos últimos 17 dias. Nesta quinta-feira, 17, o nível do Cantareira chegou a 25,4% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto. Na prática, o manancial ainda tem cerca de 38 bilhões de litros da reserva profunda que não foram recuperados, o que equivale a 3,9% abaixo de zero.

Projeções. Estimativas feitas pelo DAEE mostram que mesmo com o aumento da retirada de água para 15 mil l/s, o Cantareira deve recuperar totalmente o volume morto ainda neste mês. As projeções apontam que o sistema deve encerrar 2015 com 290 bilhões de litros, o que o deixaria ligeiramente acima do nível zero operacional.

Em seu pedido, a Sabesp argumenta que a entrada de água nas represas que formam o Cantareira tem superado a média histórica do mês (5% acima até ontem), fato que não ocorria no manancial desde 2012. Até agora, a vazão afluente aos principais reservatórios está em 49,6 mil litros por segundo, ante uma média histórica de 46,9 mil l/s. Em dezembro de 2014, por exemplo, o índice foi de apenas 12,7 mil l/s.

Caso continue chovendo bem e vazões dos rios permaneçam próximas do esperado, a tendência é de que o novo limite de retirada em 15 mil l/s seja renovado em janeiro. Com esse volume, o Cantareira volta a se aproximar da produção do Sistema Guarapiranga (15,5 mil l/s), que passou a ser o maior fornecedor de água da Grande São Paulo neste ano.

Segundo estimativas feitas pelo DAEE, se o cenário se mantiver no próximo mês, mesmo com o aumento da exploração do sistema, o Cantareira pode encerrar janeiro de 2016 com estoque de 83 bilhões de litros acima de zero, ou seja, 8,5% da capacidade, sem incluir o volume morto, que começou a ser utilizado pela Sabesp em maio de 2014.

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Embora simbolize uma importante virada na situação hídrica, o índice seria muito inferior ao mesmo período do ano passado, quando a crise foi deflagrada. À época, o manancial tinha 22,2% da capacidade.

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