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Sabesp ignora ordem e libera menos água para Campinas

Crise generalizada fez prefeito Jonas Donizete (PSB) ligar para Alckmin (PSDB), pedindo que liberasse volume do Cantareira determinado pela ANA e pelo DAEE

Por Fabio Leite e Ricardo Chapola
Atualização:

SÃO PAULO - Responsável pela operação do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descumpriu uma determinação dos órgãos reguladores do manancial para aumentar em 25% o volume de água liberado para atender a região de Campinas, que há quatro dias pratica rodízio no abastecimento de 1,1 milhão de habitantes, por causa da seca no Rio Atibaia. 

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O aumento de 4 mil para 5 mil litros por segundo da vazão de água do Cantareira para o interior foi determinado na sexta-feira pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), a pedido do Comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), onde 5,5 milhões de pessoas dependem do Cantareira, incluindo Campinas.

O acréscimo de água para a região deveria sair exclusivamente da Represa Cachoeira, em Nazaré Paulista, que é a terceira maior do manancial e apresenta hoje o melhor nível de armazenamento: 24,9%. A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas capta 95% da água que abastece o município do Rio Atibaia, que é formado pelos Rios Cachoeira e Atibainha.

Esquema de 12 horas sem água vai durar pelo menos mais 7 dias Foto: César Rodrigues/AAN

 

Na prática, contudo, o aumento não ocorreu. A baixa vazão do Rio Atibaia reduziu a oxigenação nas águas e aumentou o nível de poluição, fazendo a Sanasa só conseguir captar e tratar 60% da demanda por água na cidade em pleno fim de semana de calor intenso, quando o consumo cresce.

As queixas de falta d’água se espalharam pelo município, em especial nas regiões mais altas e afastadas do centro, como os bairros Campo Grande, Jardim Londres e Ouro Verde. Pedido. A crise generalizada fez o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB), ligar na segunda-feira à noite para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), pedindo que liberasse para a região os 25% adicionais determinados pela ANA e pelo DAEE. 

Segundo o Estado apurou, Alckmin relutou em atender o apelo do aliado, mas, após uma reunião com técnicos da área, decidiu liberar metade do aprovado pelos órgãos reguladores, ou seja, 500 litros por segundo.

A reportagem ainda procurou o DAEE, além das assessorias do prefeito Donizete e do governador Alckmin, que não se manifestaram até as 22 horas desta terça-feira. 

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