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Sabesp diz que fraudes desviaram 2,6 bilhões litros de água em 2014

Balanço divulgado pela companhia constata 42 irregularidades por dia nas ligações de água na Grande São Paulo

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Por Redação
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Segundo a companhia, as fraudes eram cometidas por residências, galerias comerciais, salões de beleza, pensões, bares, lanchonetes e restaurantes. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

SÃO PAULO - Após intensificar as ações de combate a fraudes em ligações de água por causa da crise hídrica, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou ontem ter “recuperado” 2,6 bilhões de litros que foram desviados da rede na região metropolitana em 2014. 

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O volume corresponde ao dobro da produção diária atual do Sistema Cantareira e é suficiente para abastecer 260 mil pessoas por um mês. 

O balanço da Sabesp mostra que foram identificadas 15,6 mil fraudes no ano passado, média de 42 casos por dia, 13% a mais do que em 2013. Os flagrantes resultaram na recuperação de R$ 17,4 milhões, valor 19% maior do que o obtido no ano anterior, e que corresponde ao volume de água que foi desviado da rede sem pagar.

Segundo a companhia, as fraudes eram cometidas por residências, galerias comerciais, salões de beleza, pensões, bares, lanchonetes e restaurantes. No dia 30 de janeiro, por exemplo, a operação feita na Liberdade, região central da cidade, flagrou uma lanchonete e um hotel da Rua Bueno de Andrade com ligações de água clandestinas. 

O volume desviado foi estimado em 120 mil litros. Os donos dos comércios foram autuados em flagrantes por furto e levados à delegacia. A pena para esse crime é de um a quatro anos de reclusão, além da aplicação de multa. 

A Sabesp informou ter feito no ano passado 31% mais vistorias da operação chamada “caça-fraude” do que em 2013. Segundo a companhia, 10,5% do volume de água tratada perdido na rede estão relacionados a fraudes nas ligações. Outros 19,5%, de acordo com a empresa, decorrem de vazamentos nas tubulações, fechando em 30% o índice total de perdas de água. 

“A fraude prejudica toda a população. Quem comete o crime não se preocupa com o desperdício, já que não vai pagar pelo alto consumo. É comum entre fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos. Isso se torna ainda mais grave diante da pior seca da história da região metropolitana de São Paulo”, afirma a companhia. 

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A Sabesp informou que, para identificar o crime, trabalha com as equipes de “caça-fraude”, que acompanham o consumo e vistoriam os imóveis sob suspeita de desvio. Além disso, tem a colaboração dos próprios moradores, que podem relatar casos suspeitos pelo 195 ou pelo Disque-Denúncia (telefone 181). A ligação é gratuita e não exige a identificação de quem telefona.

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