Rua Amauri cria vigilância antiarrastão

Associação de restaurantes instala câmeras inteligentes, com alerta para movimentação suspeita; V. Madalena quer sistema semelhante

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Por Camilla Haddad
Atualização:

Uma equipe de vigilância 24 horas com homens uniformizados e à paisana, patrulhas com moto e Segway (patinete motorizado). Essas são as novas apostas de moradores e empresários da Rua Amauri, no Itaim-Bibi, zona sul, e da Vila Madalena, na zona oeste da capital paulista, para combater arrastões a restaurantes e bares. As estratégias incluem, ainda, mais de cem câmeras de segurança com central de monitoramento.Um dos pacotes anticrime começou a funcionar na semana passada na Rua Amauri. Ali, há um sistema de câmeras inteligentes cuja programação permite que seja emitido um alerta em uma central quando é detectada alguma pessoa suspeita na calçada. O sistema "vê", por exemplo, quando a mesma moto passa mais de uma vez pela via em pouco tempo. Preocupados com as invasões de assaltantes aos estabelecimentos e roubos a residências, a Associação de Moradores e Empresários da Rua Amauri passou a fazer orçamentos com empresas de segurança e discutir qual seria a melhor solução para o local, que recebe 50 mil pessoas por mês. "O projeto é para os restaurantes e residências", afirma o presidente da entidade, Paulo Morais. Ele explica que as medidas foram preventivas, pois a rua não aparece nas estatísticas policiais como perigosa.Segundo Morais, um sistema de pânico foi instalado nas casas e estabelecimentos. Diante de uma tentativa de roubo, por exemplo, um botão é apertado e a empresa de segurança é comunicada na mesma hora para tomar providências. "No momento em que a população demonstra preocupação com o tema, surge uma forma de gestão de segurança que pode ser seguida por outros bairros", comenta.No papel. O presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena, Cássio Callazans, busca parceiros para implementar projeto semelhante. "O morador perdeu a liberdade. Tem muito assalto e arrastão por aqui", diz. Ele quer instalar um sistema com ao menos 150 câmeras fixas com zoom e colocar homens a pé vestindo camisetas com a inscrição "Angel". O projeto foi criado após consultas a especialistas da área de segurança. "Também queremos ter uma base de monitoramento com seis pessoas."Frequentadora do Itaim e da Vila Madalena, a supervisora de eventos Luciana Migliano diz que não deixa de sair de casa. "Se eu me sentir insegura, não farei mais nada na vida. O que faço é manter a atenção, levo na bolsa somente cartão de débito, chave de casa, um documento e celular, para não ter muito prejuízo. Não podemos virar reféns dos bandidos", diz."Como moradora do Itaim, vou aos bares e restaurantes da região. Acho válido qualquer ferramenta que aumente a segurança dos moradores. Eu ando tranquilamente, me sinto segura, mas não deixo de estar atenta a tudo", afirma Gabriella Ramos, que trabalha com organização de eventos.Melhora. Já o diretor executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Alberto Lyra, diz que após o reforço no patrulhamento da Polícia Militar e ações dos comerciantes para prevenir crimes, a situação melhorou na região. "Mas as ações precisam continuar", alerta.

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