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Roubos e latrocínios aumentam no Estado de São Paulo

Houve queda, no entanto, no número de homicídios dolosos; dados foram divulgados nesta terça pela Secretaria da Segurança Pública

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Foto: Tiago Queiroz/ Estadão Foto: Tiago Queiroz/Estadão

SÃO PAULO - O número de homicídios dolosos caiu no mês de março deste ano em relação ao mesmo período de 2016. Foram 301 casos, ante 309 no ano passado, o menor número da série histórica desde 2001 para este mês. Em fevereiro, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) havia registrado alta nos homicídios. 

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Apesar da diminuição em março, o total de vítimas de homicídios subiu 0,63%, na comparação com o mesmo período de 2016, passando de 318 para 320. O aumento de vítimas, segundo o secretário da Segurança Pública Mágino Alves Barbosa, tem ligação com chacinas em março na Grande São Paulo. “Depois de um bom tempo sem que a gente tivesse essas graves ocorrências de homicídios múltiplos, tivemos alguns casos no mes de março. Isso termina, evidentemente, puxando os indicadores”, afirmou.

O número de roubos e latrocínios no Estado aumentou em março em relação ao mesmo período do ano passado. Os roubos tiveram alta de 2,88%, de 29.407 casos para 30.253 no período. Também há alta no trimestre ante os três primeiros meses de 2016, de 1,60%. Já os casos de latrocínio cresceram 19,23% no mês, 35% no trimestre. Houve aumento nas notificações de estupro – de 909 para 978, alta de 7,59% no mês. Já em relação ao trimestre, o aumento desse tipo de crime foi de 7,45%. Mas crimes de estupro, segundo especialistas, têm alto índice de subnotificação. 

Na capital paulista, a tendência seguiu padrão semelhante ao do Estado: quantidade maior de latrocínios, de 23 para 34, aumento de estupros, de 514 para 613 boletins de ocorrência (19,26% a mais). Os roubos em geral aumentaram 4,17%, com 600 casos a mais – houve 15.005 roubos.

Avanços e desafios. O coronel da reserva José Vicente da Silva, consultor em segurança pública, diz que a queda dos homicídios em São Paulo é consistente e contrasta com os resultados negativos de outros Estados, como o Rio de Janeiro. “É um destaque nacional, até porque temos áreas urbanas muito grandes, como a região metropolitana, com centenas de favelas”, afirma. 

Ele destaca, no entanto, que é necessário que a secretaria seja mais eficiente nas investigações dos homicídios. “Essas mudanças também estão muito relacionadas à melhoria na área social, como queda de evasão escolar”, diz. 

Em relação aos estupros, na opinião de Silva, falta ofensiva maior no Estado. “Esse número é subnotificado. O que se sabe é que menos de 10% das vítimas denunciam o estupro”, avalia. “E a taxa de pessoas condenadas é ínfima. Existe deficiência de investigação desse tipo de crime e, por isso, o problema persiste”, destaca o coronel da reserva.

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