Roubo de carro na região da Paulista cresce 76% em abril

Dados divulgados ontem mostram também avanço nos furtos em Jaçanã, Cambuci e Perdizes, em comparação com média trimestral

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Por Bruno Paes Manso
Atualização:

No lado mais endinheirado da cidade, o distrito que compreende o entorno da Avenida Paulista. Mais afastado do centro, na periferia do lado leste da capital paulista, Ermelino Matarazzo. Esses dois locais registraram em abril o maior crescimento de roubos de carro em relação à média mensal do primeiro trimestre deste ano. O avanço foi de 76,5% e 95%, respectivamente.Segundo os dados de abril divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública, o roubo e o furto de veículos seguem entre os crimes que mais preocupam as autoridades. No mês passado, ambos mantiveram tendência de alta. Como resultado, no primeiro quadrimestre deste ano as duas modalidades criminosas registraram alta de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.Furtos. No caso de furtos de veículos, Jaçanã (com 82,8% de aumento em abril), na zona norte, Cambuci (80,3%), no centro, e Perdizes (76,2%), na zona oeste, foram os distritos que registraram o maior crescimento de ocorrências em abril, quando comparado à média dos primeiros meses. O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro, explica que o crescimento da frota e a compra de carros nas classes mais populares ajudam a explicar esse aumento em lugares com perfis distintos.Ele também explica que muitos moradores passaram a deixar os carros fora da garagem, por falta de espaço em casa, aumentando a oportunidade dos ladrões. "Perdizes é o exemplo. Há prédios com vagas limitadas para uma família que passa a comprar mais carros. O veículo na rua vira presa fácil para o ladrão", diz Carneiro.O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, aponta ainda a sazonalidade como fator importante. Ele lembra que os casos de roubo e furto de carros ocorrem perto de escolas, restaurantes e lugares de grandes eventos. "Com a volta as aulas, aumentam as oportunidades. "Latrocínio. Os casos de latrocínio - roubos seguidos de morte - também mantiveram tendência de alta. O primeiro quadrimestre deste ano no Estado teve aumento de 13% nesses tipos de crime. Na capital, o acréscimo foi de 8%, passando de 26 para 28 casos. Segundo o balanço divulgado ontem, furtos também registraram alta no Estado nos primeiros quatro meses do ano (9%), enquanto os casos de roubo tiveram decréscimo de 2%. A boa notícia é que os homicídios no Estado seguem firmes na tendência de encerrar o ano abaixo da faixa dos 10 assassinatos por 100 mil - patamar apontado pela Organização Mundial da Saúde como epidêmico. No primeiro quadrimestre, foram registrados 9,75 casos por 100 mil habitantes, valor 16% menor do que no ano passado. Na capital, a queda foi ainda maior: 37%. Camilo afirma ainda que o crescimento em alguns crimes contra o patrimônio não significam menos policiais nas ruas. O número de prisões subiu 8% nos primeiros quatro meses. Até abril, foram realizadas 43.174 prisões, ante 40.103 no primeiro quadrimestre do ano passado. RotinaÁlvaro CamiloCOMANDANTE DA PM"Nos lugares perto de escolas e restaurantes, como Paulista e Perdizes, esse crescimento dos furtos tende a ocorrer"

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