
27 de março de 2008 | 17h26
O relatório apresentado nesta quinta-feira, 27, pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela obra de construção das futuras instalações da Linha 4 (Amarela), do Metrô, diz que um maciço de 15 toneladas não identificado durante os cinco furos de sondagem feitos durante o projeto da Estação Pinheiros foi responsável pela tragédia na cratera do metrô. A maior tragédia do metrô O documento foi elaborado por um engenheiros norueguês independente, chamado Nick Tarton, e encomendado pelo consórcio. Segundo o documento, a rocha de 15 toneladas estava acima do túnel construído pela Via Amarela, envolvida em argila. Uma tubulação de águas pluviais não identificadas durante o projeto teria lançado água nessa argila que, amolecida, fez com que a rocha se movimentasse até a área do túnel, que não suportou o maciço e ruiu. Em entrevista coletiva, o consórcio se limitou a informar que o acidente na futura estação Pinheiros foi uma "fatalidade" e que não teria como a engenharia moderna identificar a rocha. Segundo engenheiros ouvidos pelo Estado, cinco sondagens é um número superior ao mínimo exigido para uma obra do porte da realizada no local. Após 14 meses No dia 12 de janeiro de 2007, o desastre na estação Pinheiros do metrô deixou sete mortos. Até hoje, o laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas sobre as causas do acidente não está pronto e uma família continua vivendo em um hotel. Desde dezembro, quando as escavações alcançaram o topo do túnel que se rompeu, o IPT trabalha na chamada "arqueologia" do acidente. São feitos cortes verticais no solo, para preservar o máximo de provas. O banco de dados das investigações já reúne mais de 5.800 documentos. O instituto, no entanto, não fala em prazo para a conclusão do laudo Dezenas de amostras coletadas até agora - escombros, restos de ferro e aço, pedaços de solo e de concreto - continuam guardadas num galpão do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, à espera de análises. Em 2007, a vida do engenheiro argentino Hugo Alabi, de 60 anos, é definida como "caótica". Ele e sua família - a mulher e dois filhos - são os únicos dos 212 moradores desabrigados da tragédia que continuam morando em um hotel, mesmo privados de alimentação e serviços como lavagem de roupas. Alabi, a mulher Elizabeth e os dois filhos adolescentes, Tadeusz, 19, e Letícia, 18, vivem há quase um ano em dois quartos de hotel (cada um com 4 metros de comprimento por 4 de metros de largura), inconformados com a casa interditada. A família desalojada morava na Rua Paes Leme, esquina com a Rua Capri. "Depois de um ano sem lar, eu só posso desabafar pedindo que exista mais respeito pela vida humana. Nessa obra, a ambição econômica está acima de tudo", lamenta. A família é a única desabrigada que ainda vive em um hotel, segundo o Consórcio Via Amarela - responsável pela construção da Linha 4 do Metrô. Segundo o consórcio, "dos moradores da região do entorno da Estação Pinheiros, mais de 98% foram indenizados e retomaram sua rotina sem ter que recorrer à Justiça e, das 212 pessoas inicialmente deslocadas de suas residências e instaladas em hotéis da região, apenas uma família permanece em hotel."
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