Alagamentos acabaram provocando trânsito recorde para o período da manhã, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego
Por Fabio Leite , Felipe Resk e Juliana Diógenes
Atualização:
SÃO PAULO - As chuvas que atingiram a capital paulista fizeram os Rios Tietê e Pinheiros transbordar na madrugada desta sexta-feira, 11, fato que não acontecia simultaneamente desde setembro de 2009, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo. Os alagamentos acabaram provocando trânsito recorde na cidade para o período da manhã, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), e prejuízo de até 200 toneladas de frutas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que ficou alagada.
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Os transbordamentos foram registrados em seis diferentes pontos das duas Marginais, entre os quais nas regiões das Pontes Presidente Dutra e do Limão, no caso do Tietê, e Cidade Universitária, Cebolão e Remédios, no caso do Pinheiros. Além deles, outros três córregos registraram extravasamento: Perus (zona norte), Lajeado (zona leste), e Morro do S (zona sul). Segundo o CGE, a chuva que caiu na capital durante 12 horas corresponde a 40% do volume esperado para todo o mês de março. Às 8h30, a CET registrou 177 quilômetros de lentidão, recorde para o período da manhã neste ano – o maior índice havia sido registrado no dia 23 de fevereiro (126 km).
Em entrevista à CBN, o prefeito Fernando Haddad (PT) relacionou os transbordamentos à falta de limpeza dos Rios Pinheiros e Tietê pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, ambos estão “assoreados”. “Se não houver a limpeza dos Rios Pinheiros e Tietê, os córregos não conseguem ter vazão, por mais limpos que estejam”, disse o petista. Segundo o CGE, os extravasamentos do Tietê chegaram a 60 centímetros. A última vez que o principal rio que corta a cidade transbordara foi no verão de 2011.
Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), desde 2011, já foram retirados 10,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do Tietê, o equivalente a 4.200 piscinas olímpicas. “Graças ao trabalho permanente do DAEE de desassoreamento e aos pôlderes construídos nos últimos anos, o Rio Tietê conseguiu escoar, sem maiores transtornos para a população, o grande volume de água da chuva que atingiu a capital”, informou o órgão estadual.
Recursos. Levantamento feito na execução orçamentária de 2015 mostra que o governo Alckmin deixou de investir R$ 73,9 milhões do previsto em manutenção e conservação da calha do Tietê no ano passado. Foram R$ 100,8 milhões aplicados, 42,3% menos do que os R$ 174,7 milhões planejados. Segundo o DAEE, contudo, o valor que deve ser considerado é o do orçamento atualizado, de R$ 100,9 milhões, 99,9% da verba “disponível” para esta ação foi investida.
“Como toda projeção, há sempre a possibilidade de ela não se concretizar, por razões variadas, o que muitas vezes inclui fatores externos ao governo do Estado, como recursos de outras esferas de poder que foram prometidos, mas não vieram, ou a queda na arrecadação relacionada à crise econômica do País, entre outras”, justificou o órgão. Ainda segundo o departamento, o recurso foi usado para fazer desassoreamento de 367 mil metros cúbicos de sedimentos dos lotes 1, 2 e 3 do Rio Tietê.
Chuvas deixam mortos na Grande São Paulo
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Franco da Rocha
A presidente Dilma Rousseff sobrevoou em 12 de março áreas atingidas pela enchente em Franco da Rocha, a 45 quilômetros da capital paulista Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação
Franco da Rocha
Após sobrevoar a região, Dilma Rousselfparticipou de umareunião na Escola Superior dos Bombeiros, em Franco da Rocha Foto: Felipe Rau/Estadão
Franco da Rocha
Dilma se reuniu com o governador Geraldo Alckmin e com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, e visitou algumas áreas af... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Mairiporã
A região visitada pela presidente sofreu grandes perdas por causa da chuva. Nesta foto, Carlos (blusa azul), morador do local, orienta os bombeiros so... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Francisco Morato
Francisco Morato foi a cidade do Estado de São Paulo com o maior número de mortes decorrentes das chuvas Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Na Rua Raul Pompeia, em Francisco Morato, um casal morreu soterrado Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Carro foi engolido pela lama após deslizamento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Parentes aguardamcarro do Instituto Médico Legal para remover os corpos de vítimas de soterramento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A Defesa Civil de Francisco Morato informou que há, no mínimo, 15 pontos com risco de desabamento na cidade Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A prefeitura de Francisco Morato informou que durante todo o ano monitora as áreas de risco e realiza serviços de manutenção e limpeza nos córregos e ... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Francisco Morato
Por determinação da prefeitura de Francisco Morato, todos os servidores públicos estão à disposição para atendimento às ocorrências Foto: José Patrício/Estadão
Mairiporã
Em Mairiporã, na Grande São Paulo, imóveis desabaram na Rua Primavera e mataram moradores Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Bombeiros socorrem feridos em Mairiporã e seguem trabalhos de buscas por vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã foi fortemente atingida pelas chuvas na noite de 10 de março Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã se localiza ao norte da região metropolitana de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Os bombeiros estão desde o início da manhã de 11 de março buscando vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
São Paulo
A Marginal do Tietê, na capital paulista, alagou com o transbordamento do rio Foto: Hélvio Romero/Estadão
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Motoristas enfrentaram dificuldades para trafegar pela Marginal do Tietê Foto: Hélvio Romero/Estadão
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A água do Rio Tietê ficou com cor marrom Foto: Hélvio Romero/Estadão
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No centro, a Ponte da Casa Verde; ao fundo, a Ponte Governador Orestes Quércia, conhecida como Estaiadinha Foto: Hélvio Romero/Estadão
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Segundo meteorologista do Climatempo, a chuva volumosa era esperada desde o início da semana Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Na capital, a Marginal do Tietê ficou alagada; na altura da Ponte da Casa Verde, carros atravessaram o canteiro central para fugir dos pontos intransi... Foto: Bianca Pinto Lima/EstadãoMais
São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cancelou todos os compromissos do dia e entrou em contato com os prefeitos das cidades atingidas Foto: Hélvio Romero/Estadão
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A maioria das estações do Centro de Gerenciamento de Emergências registrou mais de 60 mm e uma chegou a marcar 96 mm Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
O mês de março marca o fim do período chuvoso na região metropolitana de São Paulo Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital, ficou com pontos de alagamento Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Os portões 3, 13 e 14 da Ceagesp chegaram a ser interditadas para o tráfego de caminhões por volta das 9 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Área interditada na Ceagesp mais prejudicadafoi o Pavilhão das Melancias Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Todos os produtos atingidos pela água na Ceagesp tiveram de ser descartados Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Apesar da tempestade, a feira das flores ocorreu normalmente entre a meia-noite e as 8 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Equipes trabalharam toda a manhã para a limpeza da Ceagesp Foto: Juliana Diógenes/Estadão
Itatiba
A água invadiu biblioteca de Itatiba, no interior de São Paulo, e provocou estragos Foto: Clelia Lima
Campinas
Praça Beira-Rio, em Sousas, distrito de Campinas, ficou alagada na madrugada de 11 de março após o Rio Atibaia transbordar Foto: Divulgação