Rio vai remover moradores de 8 favelas

Casas começaram a ser demolidas no Morro do Urubu; Estado anunciou gasto de R$ 1 bi

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Por Gabriela Moreira e Pedro Dantas
Atualização:

Moradores de oito favelas em áreas de risco do Rio serão removidos imediatamente, anunciou ontem o prefeito Eduardo Paes (PMDB). As demolições das casas começaram pelo Morro do Urubu, em Pilares, na zona norte, onde, segundo o prefeito em seu microblog, a "sorte" impediu que os estragos da chuva atingissem a comunidade.    

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No Morro do Bumba, em Niterói, em que cerca de 50 casas foram soterradas, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) anunciou a utilização de R$ 1 bilhão para a remoção de casas situadas em áreas de "altíssimo risco". A Defesa Civil somava ontem 229 mortes no Estado, 146 delas em Niterói - 37 no morro do Bumba - e 63 na capital.

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No total, 3.600 famílias serão retiradas das casas na capital. Além do Urubu, serão removidas construções nas favelas São João Batista, em Botafogo; Cantinho do Céu e Pantanal, na Tijuca; Laboriaux, na Rocinha; Parque Colúmbia, em Acari, e Morro dos Prazeres - onde pelo menos 30 pessoas morreram em decorrência de deslizamentos - e Fogueteiro, ambas em Santa Teresa, no centro da capital.

Durante a semana passada, o prefeito já havia anunciado a retirada de moradores em duas dessas favelas: Morro dos Prazeres e Laboriaux. Na ocasião, não deu prazo para o início dos trabalhos e estimou em 2 mil as famílias atingidas pela medida.

Para reassentar as famílias, a prefeitura destinará o terreno do antigo Complexo Penitenciário da Frei Caneca, no centro, que foi implodido no último mês, e um terreno comprado da Light, em Triagem, na zona norte. As casas serão construídas pelo programa do governo federal Minha Casa Minha Vida.

Indenização. Os moradores das Favelas Cantinho do Céu e Pantanal, na Tijuca, serão indenizados para comprar outros imóveis, em áreas autorizadas pela prefeitura, pelo programa Aquisição Assistida. Já os moradores da São João Batista, de acordo com a prefeitura, receberão indenização em dinheiro, pelo valor do imóvel, acrescido de 40%.

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Enquanto isso, os moradores removidos serão incluídos no programa Aluguel Social e receberão R$ 400 para locação de imóvel em área que não seja de risco. O valor do benefício foi aumentado em R$ 150.

Mapeamento. As oito comunidades que terão casas removidas não fazem parte da lista de 130 favelas consideradas em áreas de risco, conforme relatório divulgado pela prefeitura no início do ano. Segundo Eduardo Paes, a Geo-Rio, autarquia da prefeitura, começa hoje um mapeamento de risco geológico em toda a cidade, para elaboração de programa de remanejamento das famílias em áreas de risco. A conclusão do levantamento está prevista para daqui a seis meses.

O governador Sérgio Cabral afirmou ainda que na próxima quinta-feira o ministro da Fazenda Guido Mantega assinará a liberação de R$ 5,3 bilhões de recursos do Plano de Ajuste Fiscal. Desta verba deverá sair o R$ 1 bilhão destinado às remoções.

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