Rio Piracicaba tem pior vazão do ano e cachoeira volta a exibir pedras

Vazão é de 22,1 metros cúbicos por segundo e está 75% abaixo da esperada para o mês; queda pode comprometer Americana 

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Por José Maria Tomazela
Atualização:
Passeios de barco pelo rio, atração turística da cidade, tiveram de ser suspensos Foto: José Maria Tomazela

SOROCABA – O Rio Piracicaba, um dos mais conhecidos do interior de São Paulo, atingiu neste domingo, 28, a vazão de 22,1 metros cúbicos por segundo, a mais baixa deste ano. Na área urbana de Piracicaba, o rio voltou a exibir o leito de pedras. A cachoeira, principal atração turística da cidade, se resumia a alguns fios de água. A vazão está 75% abaixo da esperada para o mês de junho e já é pior que a registrada em relação ao mesmo período de 2014, no auge da crise hídrica, quando era de 22,4 metros cúbicos por segundo.

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Turistas que se dirigiam à Avenida Beira-Rio, na região central da cidade, se surpreenderam com o rio quase seco. O passeio de barcos chegou a ser suspenso e apenas um barqueiro se aventurou pelo rio, desviando das pedras. “Estive aqui há duas semanas e o rio estava cheio, não sei onde foi parar toda aquela água”, lamentou a comerciante Inês Salvetti, de Limeira.

Na primeira semana de junho, após alguns dias de chuva, a vazão do Piracicaba estava em 126,3 metros cúbicos por segundo. De acordo com o Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o Piracicaba não tem reservatórios e a vazão fica dependente das chuvas.

Abastecimento. A queda no nível do rio já ameaça o abastecimento de Americana, cidade vizinha de Piracicaba. A captação é feita diretamente no leito do rio e as bombas desligam automaticamente se não atingem a água. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) do município pediu à população economia para evitar a necessidade de se adotar o rodízio no abastecimento. 

O Rio Atibaia, que abastece Campinas, entrou em estado de alerta, ao atingir vazão de 4,9 metros por segundo na tarde deste domingo. De acordo com resolução da Agência Nacional de Águas (ANA), o estado de alerta não restringe o uso da água, mas chama a atenção para a proximidade de uma restrição. Depois que a vazão baixa para 4 metros ou menos, as captações para abastecimento público devem ser reduzidas em 20%. O estado de alerta ainda não é oficial, já que, para isso, deve ser considerada a vazão média da semana.

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