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Reservatório estoura e desperdiça 7 mil litros de água em Itu

Comitê de gestão da crise mandou examinar outros equipamentos para verificar segurança; Itu tem racionamento desde fevereiro

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Um dos seis reservatórios flexíveis adquiridos para abastecer a população de Itu, que enfrenta grave crise hídrica, estourou na tarde desta quarta-feira, 29, após ser enchido por um caminhão-pipa. Cerca de 7 mil litros de água se perderam. O equipamento, do tipo bolsão, foi adquirido por meio do convênio entre o município e o governo estadual para amenizar a falta de água na cidade, em racionamento drástico desde fevereiro deste ano.

O comitê de gestão da crise mandou examinar os outros bolsões para verificar a segurança do sistema. Na noite de terça-feira, 28, cerca de 60 moradores interditaram uma das pistas da Rodovia do Açúcar (SP-75) em novo protesto contra a falta de água. Como na noite anterior, eles fizeram uma barricada com paus e galhos e atearam fogo. A pista ficou fechada por mais de uma hora no décimo primeiro protesto contra a falta de água nos três últimos meses.

Moradores enfrentam filas e disputam vagas diante de torneiras ou mangueiras para encher garrafas Foto: Hélvio Romero/Estadão

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No meio da crise, comerciantes reclamam que estão pagando pelo ar que sai das torneiras. Um deles, Ivan Pereira, dono de uma lan house, filmou o hidrômetro girando em alta velocidade e liberando apenas ar. Apesar de ter apenas um banheiro no estabelecimento, a conta de água subiu de R$ 180 para R$ 369 por mês. “Estou pagando pelo ar”, reclamou. A concessionária Águas de Itu informou que essa e outras contas de pessoas que reclamaram estão sendo revistas. 

Represa. O barramento do rio Piraí, apontado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) como futura solução para o problema de falta de água em Itu está longe de sair do papel. A obra é planejada por um consórcio formado pelos municípios de Itu, Salto, Indaiatuba e Cabreúva, mas o projeto esbarra em questões ambientais e áreas tombadas, além da falta de recursos. “Para se ter uma ideia do atraso, o consórcio foi criado em 2003 e, até agora, houve pouco avanço”, disse o deputado José Olímpio (PP-SP). A represa deve armazenar nove milhões de metros cúbicos de água. 

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