
18 de dezembro de 2009 | 14h36
SÃO PAULO - Ao menos nove moradores da região do Jardim Romano, na zona leste de São Paulo, estão com suspeita de leptospirose. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira, 18, pela Secretaria Municipal da Saúde. A região está alagada desde o último dia 8, após o temporal que causou estragos em toda a cidade.
A Prefeitura iniciou na quinta-feira o cadastramento habitacional das famílias do Jardim Romano. Para deixar a região, os moradores vão receber uma ajuda de custo mensal, no valor de R$ 300, durante um período de seis meses a um ano. As famílias também deverão ser incluídas em um programa de moradia popular. Esse plano, no entanto, ainda não ficou definido.
O cadastramento está sendo feito de casa em casa por técnicos da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), que avaliam as condições de moradia e a documentação do proprietário. O primeiro cadastro ocorreu ontem, às 17 horas, na última residência da Rua Capachós, que está totalmente tomada pela água há pelo menos 10 dias. O morador poderá escolher o imóvel de sua preferência e fechar o contrato de locação. Se o valor superar os R$ 300 do bolsa-aluguel, terá de completar o valor.
A Sehab informou que vai monitorar os beneficiários para verificar se o dinheiro está, de fato, sendo usado para a moradia. Ainda ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) visitou os bairros Chácara Três Meninas e Jardim São Martinho e retornou ao Jardim Romano, onde foi abordado por moradores que queriam discutir o cadastramento e as providências que serão tomadas em relação à água parada no bairro.
A moradora Rosineide Santos, de 37 anos, explicou a Kassab que sua casa "é uma das primeiras", perto do rio e continua alagada. A situação a obrigou a deixar as filhas na casa de uma amiga. Kassab disse que ela podia "ficar tranquila e confiar" que seria uma das primeiras a receber o bolsa-aluguel, que será pago, segundo ele, até a entrega da moradia definitiva para os moradores. "Senhor prefeito, se eu não receber o vale aluguel a partir de hoje (ontem), vou pegar as minhas filhas e o resto das minhas coisas e acampar na frente da Prefeitura", replicou Rosineide.
"Não tem plano operacional que possa atender simultaneamente a 7 mil famílias. A remoção será gradativa", completou o subprefeito de São Miguel Paulista, Milton Persoli. "Estamos oferecendo a transferência para alojamentos de emergência para atender a essa primeira situação. Alguns moradores não querem deixar a área, têm apreço pela casa e pelos vizinhos", observou Persoli. Segundo ele, o cadastramento de famílias também será feito nos alojamentos.
A Defesa Civil Estadual também vai instalar uma tenda médica e outra odontológica no bairro para atender casos emergenciais de pessoas doentes. Muitos moradores, entre adultos e crianças, transitam em meio à água suja e parada, sem proteção, há pelo menos dez dias.
(Com Ana Bizzotto e Isis Brum, de O Estado de S. Paulo)
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