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Radares flagram motos a até 139 km/h em SP

Infração foi registrada na Avenida Paulo VI, onde limite é de 60 km/h; aparelhos móveis monitoram vias desde o mês passado

Por Caio do Valle
Atualização:

SÃO PAULO - A moto passou a 139 km/h e não foi em uma rodovia deserta, longe da fiscalização. Foi na cidade de São Paulo, na Avenida Paulo VI, no Sumaré, zona oeste, às 10h54 de uma segunda-feira. Acabou flagrada por um dos novos radares-pistola da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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Os equipamentos monitoram a velocidade de motocicletas desde o fim do mês passado. O episódio da Paulo VI, cujo limite é de 60 km/h, não é raro. Estatísticas da CET revelam que flagrantes parecidos foram registrados em outras vias da capital.

Nas últimas três semanas, motociclistas acima de 120 km/h foram observados também na Marginal do Pinheiros (onde o limite é de 70 km/h na pista local e de 90 km/h na expressa) e nas Avenidas dos Bandeirantes (60 km/h), na zona sul, e Luiz Dumont Villares (60 km/h), na zona norte.

Todos esses motociclistas flagrados em alta velocidade pela fiscalização em horários comerciais de dias úteis levarão multa gravíssima, de R$ 574,62, e terão o direito de dirigir suspenso.

O consultor Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), classifica de "criminoso e suicida" o ato de trafegar tão rápido. "Essas pessoas são, no mínimo, irresponsáveis. Não têm consciência de que estão inseridas em uma civilização."

Figueira defende punições mais rigorosas e diz que a Polícia Militar poderia, em parceria com a CET, parar o veículo imediatamente após o flagrante. Ele também avalia que a CET deveria fiscalizar o trânsito nas madrugadas e aos fins de semana.

O órgão, porém, não tem planos para ampliar a atuação e mantém a fiscalização nos dias úteis, pela manhã e no fim de tarde. "Ainda estamos fazendo a adequação e o treinamento (dos agentes) e analisando os relatórios para, só depois, expandir o projeto", diz Dulce Lutfalla, assessora de Fiscalização da CET.

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Perfil do condutor. De acordo com Dulce, as motos identificadas pelos radares-pistola não são de pouca potência - como as de 125 cilindradas, muito usadas por motoboys. A CET não divulgou, porém, os modelos flagrados. "Provavelmente, os condutores são pessoas pós-graduadas, talvez executivos, que ganham muito para ter motos que consigam chegar a tais velocidades", diz Figueira.

O presidente do Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas de São Paulo (Sindimoto-SP), Gilberto Almeida dos Santos, repreende os excessos, "seja lá de quem for". "Com uma velocidade dessas, nem na estrada se pode andar", diz o sindicalista.

Segundo a CET, de 26 de março - data de início do uso dos radares-pistola - até 17 de abril, 7.011 imagens de motos andando acima do limite foram capturadas. Ao todo, 65 pontos em todas as regiões da capital são fiscalizados, por meio do rodízio dos seis aparelhos.

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